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Matéria 9421, publicada em 01/03/2010.


:Mayara Silva

Amcle fez uma análise do discurso a partir de seu tema

Amcle Lima tira 9,5 em monografia sobre igualdade racial

Mayara Silva



“Ele é tão convincente que fica difícil fazer críticas”, resumiu o professor Silvio Mellati sobre o trabalho apresentado por Amcle Lima, em sua defesa de monografia. Com o tema “O estatuto da igualdade racial versus identidade nacional brasileira: choque de discurso nas reportagens do Jornal Nacional”, Amcle apresentou uma análise de discurso, criando categorias de discussão e exibindo uma reportagem veiculada no Jornal Nacional sobre o preconceito racial, e a identidade nacional, superficialmente retratados. Avaliado pelos professores Silvio Melatti e Maria Elisa Máximo, o trabalho foi aprovado com nota 9,5. O aluno recebeu a sugestão de desenvolver um ensaio ou um artigo.

As sete pessoas que faziam parte da plateia deram um tom amistoso e agradável à apresentação, que mais parecia uma discussão entre amigos. Amcle disse que não entrou nos conceitos de raça do estatuto da igualdade racial porque não era esse o tema da discussão. O objetivo seria entender a posição do jornal quanto ao estatuto e suas definições.

Quadragésima e última orientação do professor Jacques Mick, a monografia era o último elo que ainda o ligava à instituição. Melatti lamentou não ter havido nenhum tipo de homenagem ao professor, por ter sido alguém extremamente importante para o curso. Porém, disse que essa é uma trajetória comum para alguém que alcançou esse nível acadêmico. Voltando à avaliação, ele elogiou o trabalho, dizendo que esse tipo de discurso é extremamente sedutor, quando bem executado. “As considerações finais do trabalho nos desarmam, pois já inicia dizendo que ele só continuou no jornalismo para poder fazer uma monografia!”, disse Melatti. Segundo ele, o trabalho teve uma boa fundamentação teórica e um ótimo gancho, além de estar bem escrito. As categorias de análise criadas pelo acadêmico foram destacadas como um dos méritos do trabalho, apesar de ele não ter explicado porque as adotou.

Maria Elisa disse que o acadêmico soube muito bem transitar entre a literatura e a teoria, fazendo com que os leitores apresentem sentimentos diferentes ao longo do trabalho. Também brincou revelando que ao fazer a análise de discurso para o trabalho, ele aprendeu a convencer o leitor. Maria Elisa disse ser a favor do estatuto e das cotas raciais e, por isso, agradeceu por ter sido convidada para a banca. “A linha que ele usou na apresentação é a mesma que eu usaria na avaliação”, disse ela, enquanto pedia desculpas pela repetição de termos que iria usar. Para ela, a opção de usar a exposição teórica antes acabou dando a impressão que o terceiro capítulo perdeu atenção. “Até metade do trabalho, tudo era apenas uma promessa: eu vou fazer, eu vou pensar! Isso tirou a força da parte principal”, disse, afirmando que ele poderia ter entrado antes no objeto de pesquisa. Amcle lembrou que o trabalho não é só ele explicando, mas também é ele tentando entender o tema junto com a escrita. “Minha monografia é como um frankenstein com as costuras à mostra, toda errada, toda confusa, mas é minha”, concluiu.

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