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Matéria 9405, publicada em 25/02/2010.


: Mayara Silva

Valmor sobre o olhar atento de seu orientador Jacques Mick

Falta de pluralidade das fontes é tema de monografia

Elis Regina



"A pluralidade de fontes e a democratização da informação, um estudo da cobertura eleitoral do jornal A Notícia” foi o tema central de defesa da monografia do estudante de Jornalismo Valmor Gonçalves de Lima, realizada quarta-feira (24 de fevereiro), no anfiteatro do Bom Jesus/Ielusc, às 21h. O trabalho foi orientado pelo professor doutor Jacques Mick e entre os avaliadores estavam os professores que não compõem mais o quadro da instituição: Sérgio Murilo e Samuel P. Lima que atribuíram ao trabalho nota 8,0.

Durante a apresentação Valmor fez análises sobre o compromisso com a verdade do jornalismo e a falta de pluralidade das fontes, citando principalmente o uso contínuo de fontes oficiais ou ligadas ao poder que são exaustivamente alvo dos jornalistas. Para especificar a questão das fontes viciadas, o estudante mostrou o antes e o depois da junção do grupo RBS com o jornal A Notícia nos períodos de 2004 a 2008. Ele também apresentou ao público tabelas de classificação dos textos de editoria de política do jornal por número de fontes mencionadas e comparações de quantidade de autores e fontes classificadas por número de menções em ambos os períodos (2004/2008).

Muitas foram as considerações da banca. Sérgio elogiou a bibliografia bem escolhida e a boa metodologia, mas expôs alguns problemas. “Faltou citar as condições de trabalho do jornalista, que muitas vezes limita o profissional, a condição do agendamento que a imprensa exerce e o desenvolvimento dela. Deveria ter revisto a utilização de chavões na pesquisa e a explicação das razões da venda do jornal A notícia para o grupo RBS”, diz.

Samuel começou sua avaliação do trabalho lendo um trecho do livro “Jornalismo dos anos 90”, de Luis Nassif, que serviu para uma reflexão do conteúdo mostrado pelo acadêmico. “O texto tem qualidade, expressa bem as características do jornalismo, mas senti falta de um debate mais apurado com relação a verdade e a imparcialidade”, afirma.

Valmor ingressou na instituição em 2002 e conta que a escolha do tema foi motivada pela vontade de tentar entender o porquê do uso das mesmas fontes, que na maioria das vezes estão ligadas a grupos políticos e econômicos e não ao social. “Me sentia e ainda sinto angustiado vendo os jornais usando sempre as mesmas fontes e deixando o povo de lado. Entendo que as fontes oficias trazem credibilidade, mas e o povo? Não fala? Não tem espaço? Cadê o povo? Queria tentar entender esse formato de poderes do jornal”, concluiu.

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