A relação que as obras de Alfons Mucha tinham com a arte e ao mesmo tempo com a publicidade foi o que chamou a atenção da acadêmica de Publicidade e Propaganda Michelli Francine de Oliveira, que desenvolveu sua monografia com o tema “Mucha entre a grande arte e a arte comercial: uma genealogia da relação entre arte e publicidade”. Michelli foi orientada pela professora Taís Dassoler e avaliada na terça-feira (23 de fevereiro) pelos professores Gleber Pieniz e Nara Marques, que deram nota 8,0 ao trabalho.
Com o anfiteatro praticamente lotado, Michelli apresentou o artista Mucha, fazendo um panorama da relação de sua obra com os acontecimentos do século 19 como a revolução industrial, o capitalismo, a burguesia, a comunicação e a dessacralização da arte. Os avaliadores observaram que apesar de o texto ter leitura prazerosa, apresentava diversos problemas tanto de gramática quanto de padronização. Entre os pontos positivos destacados por Nara está o da paixão demonstrada pela acadêmica por um artista pouco conhecido no Brasil e que teve importância não apenas para a área comercial, mas principalmente para as artes plásticas. Ela criticou a introdução da pesquisa, bastante problemática, apresentando uma série de citações descontextualizadas e vários erros de adequação.
Gleber ressaltou a competência da acadêmica ao traduzir trechos de outras línguas para o português e afirmou que só a revisão bibliográfica valia a qualidade da pesquisa desenvolvida por ela. Ele elogiou a igualdade de importância que Michelli deu à arte e à publicidade, sem apresentar uma atividade mais destacada do que a outra. “O trabalho serviu para clarear conceitos que hoje se mostram equivocados em publicidade, mas principalmente na arte”, disse. Afirmou ainda que o uso da Wikipedia no trabalho pode ter comprometido a boa bibliografia apresentada inicialmente. Michelli se defendeu dizendo que precisava achar conceitos óbvios e que não encontrava explícitos nos livros, por isso fez uso do site. O avaliador acrescentou que seria produtivo à estudante mergulhar sua pesquisa um pouco mais no campo das imagens e concluiu dizendo que “faltou um pouco de Michelli” nas interpretações e reflexões do trabalho.