A cidade industrial, dos trabalhadores e da dança serviram de base para o estudante de Jornalismo Juliano Pfutzenreuter Nunes construir a monografia intitulada “Sobre a cidade em que transito: olhar sobre Joinville”. Defendendo a pesquisa no anfiteatro do Bom Jesus/Ielusc às 21horas da terça-feira (23 de fevereiro), o acadêmico expôs com calma e segurança aspectos gerais da história local e fez sua análise através de ensaios sobre a cidade. Orientado por Nara Marques Soares, o trabalho foi avaliado pelas professoras Fernanda Cruz e Valdete Niehus, que o aprovaram com nota 8,5.
Segundo Juliano, sua monografia ajudou a compreender melhor a cidade e a reparar nos lugares abafados pelas pessoas como os monumentos, os edifícios e manifestações menores como o grafite. Dessa forma ele pôde questionar com mais profundidade os aspectos simbólicos que dão significado à cidade, incluindo a forte influência da imigração germânica e das tradições presentes até os dias de hoje. “Esse trabalho me fez ver uma cidade mais interessante”, diz.
Foram poucas as críticas ao trabalho. Valdete se interessou muito pelas peculiaridades e pelo conservadorismo da cidade que a análise abordou, falando inclusive de uma relação de amor e ódio. “Gostei muito do texto, é simples e tranquilo de se ler”, disse a avaliadora. Suas considerações finais fizeram referência aos primeiros capítulos que, segundo Valdete, estavam mais pesados se comparados ao terceiro, que parecia solto e com uma linguagem mais atraente.
A professora Fernanda – que não é da cidade e só veio para Joinville em 2007 – encontrou na pesquisa de Juliano a forma de um passeio dinâmico e agradável. “Gostei da ideia de polifonia da cidade que fica presente na própria construção do trabalho”, disse. Apesar de dar destaque ao texto fluido e à forma criativa de conduzir a leitura, a professora sentiu falta de maior clareza no argumento central e na busca pelo sujeito que está e que faz a cidade.
Ao final das considerações, Juliano respondeu as dúvidas da banca e finalizou agradecendo a presença das avaliadoras, seus familiares e a paciência da orientadora – afinal, o trabalho estendeu-se por dois anos até ser concluído.