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Matéria 8226, publicada em 24/04/2009.


:Arquivo pessoal

Mariana Zschoerper dança em um espetáculo no Paraná

Veterana na dança, caloura no Jornal

Marcus Vinícius Carvalheiro



Mariana Zschoerper, 19 anos, faz parte do grupo de balé clássico CIA Jovem da Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, mas também é caloura do curso de Jornalismo no Bom Jesus/Ielusc. A bailarina está no Bolshoi há nove anos e viu no jornalismo uma oportunidade de explorar a área da crítica de dança.

Natural de São Bento do Sul e praticante de balé desde os três anos de idade, Mariana descobriu no Bolshoi um caminho para evoluir no mundo da dança. Em 2000, aos 10 anos, fez o teste de seleção para a primeira turma da escola russa em Joinville e obteve a primeira colocação. No ano passado, já formada, Mariana concorreu com outros 80 candidatos e foi a única bailarina do estado a ser contratada para a CIA Jovem.

Durante seu primeiro ano de estudos, diariamente Mariana fazia com seu pai cada quilômetro do trajeto que separa a casa em São Bento do Sul da Escola Bolshoi. Após um acidente de trânsito, porém, a jovem mudou sua rotina e passou a morar em Joinville. Em quase uma década de Bolshoi, a bailarina recebeu cinco medalhas de honra ao mérito. Em 2007, na sua formatura pelo curso técnico de formação de artista de balé, foi eleita a oradora da turma e fez um discurso que, lembra, ficou marcado pelos sorrisos e lágrimas dos convidados.

Quando já fazia parte da CIA Jovem, a artista descobriu ser portadora de um grave problema na coluna. Alguns médicos disseram que não seria possível continuar dedicando-se à dança, mas a neurocirurgia foi bem sucedida e após aproximadamente um ano de recuperação, Mariana voltou aos palcos.

Depois de três anos longe das salas de aula convencionais, Mariana fez o vestibular para Jornalismo. Essa necessidade de profissionalização surgiu do desejo de explorar os mercados que a imprensa não valoriza dentro da dança. Formada na Escola Estadual Germano Timm, a acadêmica confessa que em uma escolha entre o balé e a faculdade, optaria pela dança, pois a juventude e a força física são momentâneas e “a bailarina tem prazo de vida”.

Mariana já foi retratada em jornais e revistas como Folha de S. Paulo, A Notícia, Notícias do Dia, Veja e Caras. Em seu currículo artístico constam viagens pelo Brasil e pelo mundo: além de um estágio de cinco dias em Moscou, em 2006, a bailarina se apresentou na Alemanha e na França. Mariana já está familiarizada com os princípios técnicos do balé russo, mas comenta que em relação à dança, naquele país as crianças são estimuladas pelos pais logo depois do nascimento e “as pessoas são muito mais fanáticas”. Esses fatores estabelecem um grande contraste entre a tecnologia da dança na Rússia e no Brasil, razão pela qual não se pode comparar ou mesmo competir com os métodos russos.

Fora do mundo da dança, Mariana gosta de música clássica. É fã de pintura e admira principalmente as obras de Picasso e Michelangelo. “Me considero uma pessoa que ama a vida”, resume a bailarina, que se vê como uma pessoa religiosa e sentimental. Ela ainda afirma ser bem tranquila e, mesmo sob uma “chuva de canivetes”, como costuma dizer, mantém a calma para não se abalar na conquista dos seus objetivos.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.