A semana de monografias no curso de Jornalismo e de Propaganda e Publicidade do Ielusc começou com o acadêmico Vinicius Felippe Conzatti. O trabalho intitulado “Você queria o melhor, você tem o melhor: análise da construção simbólica e performática do Kiss na constituição de um processo ritualístico”, rendeu ao estudante de Publicidade e Propaganda nota 9,5 e elogios da banca formada por Maria Elisa Máximo e Lígia Zuculoto.
Sob orientação de Álvaro Roberto Dias, o acadêmico iniciou sua apresentação reforçando o quanto considera importante o entendimento dos fenômenos da comunicação.
Para dar introdução à monografia, Vinicius disse que era fã da banda alvo de seu estudo. Ele lembrou que quando falamos em rituais, imediatamente vinculamos o pensamento aos índios, o que nem sempre é correto.
Com a banda de rock Kiss, analisada pelo acadêmico, a arte da performance que dá origem ao ritual, permite que o público participe do evento.
Anteriores ao Kiss, Vinícius citou o teatro francês Dell Arte e o japonês Kabuki, o cantor Alice Cooper e a banda New York Dolls, que utilizavam máscaras ou apresentavam performances fortes e diferenciadas dos demais artistas da época.
Com objetivo de se consolidar, a banda Kiss também adotou as máscaras, porém, preto e branco. Quando em um período da carreira os integrantes da banda decidiram abandonar o uso delas, o sucesso já não foi o mesmo. Logo em seguida, retomaram o uso das máscaras e o sucesso também.
O acadêmico reforçou as características de cada uma das máscaras, e como cada integrante incorpora os personagens por elas representadas durante os shows.
Vinicius mostrou que detalhes do palco montado para receber a banda como amplificadores, labaredas de fogo, sirenes, plataformas e o logo Kiss iluminado, dão impressão de um show ainda maior.
O fim deste ritual é marcado pela música Rock'n Roll all night e a quebra da guitarra por um dos integrantes, o que na opinião do estudante, sacramenta a relação entre o público e o artista.
Ao fim de sua apresentação, Vinicius mostrou a relação da banda com o mercado publicitário. Produtos como jaquetas, chinelos, cervejas, vinhos e até babadores foram comercializados, o que fez a banda possuir 3 mil licenças em seu nome.
Maria Elisa elogiou a escolha do tema, afirmando que a problemática enriqueceu o trabalho. Ela percebeu que Vinicius alcançou um diálogo com os autores e fez considerações excelentes que mostravam a apropriação da teoria. Na opinião de Maria Elisa, o acadêmico poderia ter explorado a importância e a resposta da plateia no ritual e deixado de lado a questão das marcas, levantada no fim da apresentação.
Lígia parabenizou o estudante pela escolha do tema, julgando interessante a apresentação dos elementos do trabalho, e concordou com Maria Elisa nos pontos que deveriam ser melhorados. Para o orientador Álvaro, o gosto do aluno pela banda facilitou o andamento da monografia.