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Matéria 9541, publicada em 16/04/2010.


:Mayara Silva

A escritora (à esq.) falou sobre suas crônicas, seu cotidiano e sua inspiração

Bate-papo com Martha Medeiros agita Feira do Livro

Mayara Silva



“A grande matéria-prima da vida são as emoções!”, respondeu Martha Medeiros ao ser indagada pelo público sobre as suas inspirações e sobre seu modo simples e dinâmico de escrever. A palestra ocorreu na noite de quinta-feira (15 de abril), no auditório da Feira do Livro de Joinville, mediada pela primeira-dama Marinete Merss e pela jornalista Albertina Camilo. O espaço estava lotado de fãs da escritora e muitas pessoas ficaram em pé para vê-la. O evento teve início às 19 horas e o clima era de conversa casual, como se a entrevistada fosse uma amiga próxima que estivesse falando sobre o cotidiano. “As pessoas têm que entender que sou como elas. Acordo às seis da manhã, levo minha filha à escola, dou uma caminhada e depois vou trabalhar. É tudo igual!”, disse.

Martha é formada em Publicidade e Propaganda e trabalhou 14 anos dentro de agências – a poesia, naquele tempo, era apenas um hobby. “O tempo que passei trabalhando nesse ramo me fez ter uma escrita objetiva e dinâmica, não foi tempo perdido” avaliou. Questionada sobre qual dos seus livros ela preferia, disse que a relação que mantém com eles é como a de mãe e filho, afinal já são 18 publicados. “Cada um tem uma história, mas eu tenho um carinho especial pelo Strip-tease, que foi o primeiro, e o vejo como a realização de um sonho”. Já ao ser perguntada sobre os livros que gostaria de ler, fez uma brincadeira: “Só pegando prisão perpétua pra ler tudo o que eu gostaria mas, cá entre nós, para ser presa tenho que escolher muito bem quem vou matar!”, arrancando risadas dos presentes.

O papo ganhou outros ares quando uma psicóloga presente perguntou a Martha sobre qual a relação real que ela tinha com os estudos da mente. A escritora se declarou apaixonada por livros de psicanálise e psicologia, pois alega que estudar a mente humana é uma das coisas mais fascinantes que existem: “Sou leiga, mas é meu fascínio pessoal”. Ela acredita que todos têm um “lado oficial e um lado B”, que nem sempre é bem explorado – e defende que as pessoas não deveriam ter medo de manifestá-lo.

A escritora falou sobre como é seu processo de escrita, suas revisões e suas inspirações. A partir daí, citou Mário Quintana, Paulo Leminsky, Luís Fernando Veríssimo, Marina Colasanti e as influências da música popular brasileira. “Marina Colasanti foi primordial como exemplo de escritora, mas principalmente no papel de mulher”, explicando que foi Marina quem mostrou, através de seus livros, que as mulheres e a sociedade onde elas estavam inseridas tinham mudado.

Sobre a leitura na sociedade atual, sua visão é a de que pai e mãe são os principais responsáveis – ou culpados – pelo interesse dos filhos por leitura. Disse que a tecnologia também teve um papel fundamental nesse processo, mas que os pais sempre são os exemplos dos filhos.“O livro tem que entrar dentro de casa naturalmente, por gosto dos pais, aí os filhos terão vontade também”, concluiu.

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