Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 7970, publicada em 05/03/2009.


:Reprodução Orkut

Priscilla está satisfeita com sua defesa

Aluna relaciona prática religiosa com a mídia

Tuane Roldão


Com a nota 8,5 que ficou abaixo de suas expectativas, a acadêmica de Jornalismo Priscilla Milnitz Pereira foi aprovada em sua defesa de monografia na noite de quarta-feira (4). Intitulado “A fé em cena: reconfiguração da experiência e prática religiosa na relação com a mídia - O caso do grupo Red de Joinville”, o trabalho foi considerado complexo e ousado pelos avaliadores Juciano de Sousa Lacerda e Valdete Daufembach Niehues. A apresentação ocorreu no anfiteatro do Bom Jesus/ Ielusc e inicou com 45 minutos de atraso, às 21h15. A professora Maria Elisa Máximo orientou a estudante.

Após ter pensado nos mais variados temas e sofrido a pressão de ainda não ter se decidido por um, Priscilla viu no desafio de contrariar sua família - católica e muito religiosa - um meio para aliar sua curiosidade de conhecer melhor o grupo Red e analisar, através dele, a relação das igrejas modernas com os processos de midiatização. Como objeto de pesquisa, escolheu a Igreja Plenitude, fundada em 2003. Para explicar a necessidade dos fiéis de um grupo que “atendesse mais a vida real e não ficasse só sonhando com o paraíso”, a aluna fez um apanhado histórico a partir da chegada do capitalismo, apontando a globalização como impulso para a utilização dos meios de comunicação como forma de interiorizar os valores cristãos.

Segundo Priscilla, ao se desinstitucionalizar e virar um grupo teatral, a igreja pôde ir mais longe, expandindo os locais de apresentação, indo além dos ambientes evangélicos aos quais pertencia. Como modo de comprovar o que dizia, a acadêmica apresentou parte do primeiro longa joinvilense, produzido pelo grupo Red. “As estrelas me mostram você” é um romance voltado principalmente para a juventude e aponta a fé como caminho mais seguro para a solução dos problemas mundanos. “É como se tivessem que viver sempre o papel que eles interpretam nos filmes: o certinho, o bom moço”, acredita.

A dificuldade de conectar as informações apresentadas pela estudante no texto foi a principal crítica feita pelos avaliadores. Os dois ficaram confusos em relação ao tempo e aos locais a que Priscilla se referia. Além disso a coragem - apontada por Valdete - em utilizar Weber para tratar de questões religiosas não foi bem trabalhada pela acadêmica, que admitiu tê-lo considerado insuficiente em sua pesquisa. “A monografia estava bem tecida, bem pontuada, mas faltou contextualizar”, explicou a arguidora.

Juciano questionou a falta de exploração do culto como meio comunicacional já que, segundo ele, este é o momento de maior união e troca de experiências entre os integrantes do grupo. Reforçou também a “bagunça” que Priscilla fez ao misturar teóricos dos séculos 15 e 16 com a Igreja Plenitude, que é contemporânea. “Para mim estava tudo tão claro, parecia óbvio”, justificou-se a aluna. Ela garantiu não ter percebido as falhas e concordou com os avaliadores, que pediram uma revisão do texto.

“Não sei se dei um passo maior do que as pernas”, ponderou a acadêmica. Ela admitiu estar muito nervosa durante a apresentação, desesperada até, e acredita que isto pode tê-la atrapalhado. Priscilla contou ter ficado incomodada com as comparações feitas entre ela e uma outra aluna, orientada pela professora Valdete e que trabalhou o mesmo tema. Apesar das críticas, a estudante pretende voltar a pesquisar a relação da mídia com as igrejas, talvez seguindo novos enfoques.

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