Cerca de 30 manifestantes do Movimento do Passe Livre (MPL) interromperam a sessão da Câmara de Vereadores de Joinville na noite de terça feira (16 de junho). A ação foi uma resposta à decisão da Comissão de Legislação e Justiça de arquivar o projeto que pretendia sustar o aumento nas passagens de ônibus concedido em maio pelo prefeito Carlito Merss (PT). A comissão era formada pelos vereadores Tânia Eberhartd (PMDB), Alodir Cristo (DEM), Dalila Leal (PSL), Lauro Kalfels (PSDB) e Adilson Mariano (PT) – autor do projeto e único vereador que votou a favor da sustação.
Os integrantes do movimento se reuniram primeiro na Praça da Bandeira – onde decidiram pela ocupação da Câmara – e chegaram ao plenário aproximadamente às 19 horas. Segundo a estudante Mariana Schmitz, os vereadores encerraram a sessão devido aos protestos e levaram cerca de 30 minutos para deixar o prédio. Ela também comenta que alguns assessores parlamentares iniciaram tumultos e agressões, tentando impedir a entrada dos manifestantes. Por volta das 20 horas os representantes do movimento decidiram acampar no local, mas à meia-noite e meia um pedido de reintegração de posse emitido pela juíza Graziela Alchini fez com que os manifestantes se retirassem do local. O grupo, então, se descolocou para a frente da prefeitura, onde acampou durante a madrugada.
De acordo com Willian da Conceição, integrante do MPL, na manhã da quarta-feira os estudantes decidiram escrever um manifesto com algumas reivindicações. Entre elas, foi proposto revogar o aumento e realizar assembléias para discutir as irregularidades das empresas Gidion e Transtusa, concessionárias do sistema de transporte coletivo na cidade. Os manifestantes exigiram uma audiência com o prefeito, mas quem os recebeu foi o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), Luiz Alberto de Souza. Na reunião que começou às 12h30, Souza explicou que era impossível revogar o aumento, mas que existem grandes possibilidades de se discutir novos modelos para o transporte de Joinville. Os estudante ficaram no local até as 15 horas e decidiram desfazer o acampamento. Willian explica que o MPL pretende montar seminários para debater o assunto. Essas assembléias serão essenciais para “desenvolver uma política consensual sobre os meios de transporte da cidade”, afirma o manifestante.