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No dia 15 de março, você foi campeão e vice em duas categorias tornando-se, assim, objeto de notícia. Houve algum relato sobre essas vitórias no seu blog? Por quê?
Não. Não, porque eu aprendi um pouco sobre ética com o professor Gleber na aula de Legislação e Ética. Independentemente de ter sido campeão também, eu acho incorreto o dono da mídia aparecer nela. Em nenhuma ocasião isso deve ocorrer. É inconveniente. Fiz uma matéria sobre o evento, no qual tinha frutas para os atletas, tinha socorrista experiente e foi tudo dentro dos conformes. Procurei mostrar as qualidades do evento, a organização. E como eu já havia falado, gosto de fazer textos curtos. Como era um evento pequeno, ao invés de citar todos os lutadores de todas as faixas, eu escolhi uma pessoa. Ele é uma figura querida no Paraná, chama-se Eduardo Zanetti. Ele é faixa-marrom, anterior à preta. Procurei ele pois é uma figura bem quista. Não posso deixar de comentar que fui sozinho ao Paraná. Minha equipe prefere ir ao Campeonato da Federação Paranaense, por ter o nome da Federação e não da liga. Na minha opinião, os dois eventos são muito organizados. Este da Liga achei mais organizado que o último da Federação. A minha equipe, que é a Gracie/Joinville, prefere disputar eventos de federações, que são mais importantes e fazem a equipe pontuar mais. Pedi autorização para o professor Bruno Rocha, da minha equipe, para saber se ele deixaria eu ir sozinho. A princípio ele não queria deixar, estava com medo de eu me machucar, mas acabou autorizando. Eu, então, conquistei o segundo lugar no meu peso 82,3 kg e o primeiro no absoluto da faixa azul (no qual a categoria é livre e disputam todos os pesos). Não divulguei esse resultado no meu blog para ficar neutro. Se quero fazer jornalismo e luta, tenho que priorizar o público e não a mim. Eu fico fora.
O dia-a-dia do blog se confunde com o seu cotidiano de trabalho e estudo? O que é necessário para manter o site sempre atualizado? Como fazes para acompanhar os eventos?
Normalmente os eventos são no final de semana. Eu procuro geralmente as lutas do exterior, que ocorrem tarde, após a meia noite. No Brasil, os eventos de vale-tudo ocorrem em torno das 20 horas. O fuso horário nos EUA é diferente e, então, eu até consigo acompanhar as competições. Eu fui convidado para cobrir o meu primeiro evento, o Camboriú Nitrix Show Fighting, através do blog. Fiquei conhecido por entrevistar alguns atletas catarinenses. Quanto ao dia-a-dia, fica restrito ao final de semana. Se não fosse a rotina de faculdade e trabalho, eu poderia ir a outros eventos de lutas. Fui convidado para o Floripa Fight, edição cinco. Não pude ir porque não tinha dinheiro para pagar passagem e hospedagem, porque não havia fins lucrativos e como estou começando, o máximo que ganhei foi uma credencial de imprensa. Tenho que cuidar da minha mulher também — somos só nós dois em Joinville, não posso apenas deixá-la sozinha. Mais adiante, quando o blog virar site, pretendo cobrir eventos maiores.
O MMA Sul se dispõe a cobrir uma região vasta. Qual é a estratégia para garantir essa cobertura?
Vou dar um exemplo de algo que aconteceu para conseguir chegar aonde eu quero. O dono de uma loja de artes marciais (eu não vou citar nomes) do Rio de Janeiro, onde já comprei uma lycra para prática esportiva... Perguntei para ele se ele gostaria de patrocinar minha idéia, pois estava querendo transformar o blog em site. Então ele perguntou: “Você está começando agora e já está querendo cobrar?”. Fui educado com ele e respondi: “Não que eu queira cobrar, mas o meu trabalho tem valor”. Cada minuto que eu sento para fazer o blog, eu levo a sério. Então, o que eu quero dizer com isso? Que, com certeza, os convites para os eventos vão crescer pela seriedade e qualidade do trabalho, que é o que eu procuro e tento e fazer. Não tem melhor coisa do que fazermos aquilo que gostamos. Eu me identifiquei. Faço o que eu gosto e acredito que não tenha como dar errado.
De que maneira você consegue patrocínios e como é a busca por parcerias para fazer o seu blog crescer?
Eu já estou enxergando o site. A princípio pretendo fazer rifas de quimono, de marca, que estou tentando conseguir através de doação dos patrocinadores do campeão mundial de jiu-jitsu Michel Langhi. Tentarei também a doação com outros lutadores, que estão no topo. O dinheiro vai para o site. Sempre deixo claro o objetivo de divulgar a luta. Não tenho parceiras, divulgo os eventos. Normalmente, os campeonatos têm site e adicionam o banner ou um link do meu blog na capa. Fazemos uma troca de favores. Eu tenho um patrocínio para o site, que encontrei entrando em páginas sobre luta. Primeiramente, eu expliquei o objetivo do blog e percebi que os artigos vendidos eram voltados à luta. Passei o link do meu blog para o dono da loja. Ele gostou do meu trabalho e me fez uma proposta e eu aceitei.
Quais são seus planos para esse nicho que você identificou? Pretende desenvolver, além do site, outras mídias como revista ou jornal sobre artes marciais?
Na aula de Meios Impressos I, projetamos uma revista de dezesseis páginas. Para não perder o costume, fiz sobre luta. Joguei matérias do blog e diagramei. Dá para se dizer que tudo se encaixou. Para começar, uma revista sobre MMA com 16 páginas tem um tamanho ótimo. Está ótimo para começar: revista fininha, pequenininha e tal, consigo colocar tudo ali. O projeto está pronto. Primeiramente e logo, começarei o site. Quando ele já estiver estabelecido, essa revista virá atrás. O nome eu pretendo manter.
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