Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 7240, publicada em 16/10/2008.


Da sala de aula para o palco

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O Grupo de Teatro da Universidade Positivo, de Curitiba, foi criado em 1999 e, desde então, é posto em prática por alunos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Agora, dois artigos inscritos no Encontro de Professores, que acontecerá no Bom Jesus/Ielusc, representam essa trajetória. São o “Projeto Shakespeare em inglês”, de Alexandre Castro e Patrícia Helena Rubens Pallu, e “A importância do teatro na formação do jornalista”, de Marília Gomes Ferreira.

No primeiro, é relatado o desenvolvimento de uma iniciativa que ainda está sendo ensaiada. Além de aprofundar o conhecimento com as obras de William Shakespeare, o projeto também tem como objetivo pedagógico trabalhar o ensino do mesmo idioma do dramaturgo, já que todas as falas da peça são em inglês. Como público, o grupo tem as escolas de línguas da própria instituição, além de qualquer um que compreenda inglês e queira apreciar o abrir das cortinas. A estréia está marcada para 12 e 13 de novembro.

Já no segundo artigo conta-se a história e a manutenção do grupo desde a sua criação, estabelecendo ligações entre a função da proposta e a formação dos estudantes, que já encenaram obras como “O Bem-Amado” – trama de Dias Gomes que ocupa a posição de primeira telenovela colorida da televisão brasileira, produzida pela Rede Globo.

Além das opções consagradas, desde 2001 o grupo decidiu focalizar temas em prol da comunidade. Assim, criaram uma peça para o público infantil chamada “Projeto Criança Desaparecida”, que já foi assistida por 9 mil pequenos espectadores.

Em 2006, as vertentes de atuação expandiram-se ainda mais. O Grupo de Teatro firmou parceria com a organização não-governamental Criança Segura para montar uma apresentação sobre a prevenção de acidentes entre jovens de 0 a 14 anos. O espetáculo leva o mesmo nome da ONG e a meta é alcançar 16 mil crianças até dezembro.

No ano passado, mais uma peça de cunho social ganhou espaço. “É um assassinato, mas não é um crime” colocou sob os holofotes a discussão sobre o abuso sexual na infância, com textos baseados em fatos reais. Este ano, outra parceria entrou no roteiro. Com a colaboração da Secretaria Municipal de Educação, a população é trazida para dentro da instituição, onde pode contemplar as apresentações do grupo, que é formado por 46 alunos, entre eles, alguns já formados.

A professora Marília Gomes Ferreira, 41 anos, que acompanha o grupo desde o início, conta que as vivências proporcionadas pelas artes cênicas desenvolvem a autoconfiança, a atenção, o trabalho em grupo, o espírito de liderança e a capacidade de expressão, entre outras habilidades úteis à vida do aluno como um todo. No começo, eles são tímidos e têm até medo de falar em público. Depois, “começam a se transformar”. Além disso, trabalha-se o engajamento estudantil e, conseqüentemente, a visão de responsabilidade social construída a partir dos temas que o Grupo de Teatro da Universidade Positivo já abraçou.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.