A noite de sexta-feira convidou os estudantes do Bom Jesus/Ielusc a olharem para o céu com novos olhos. Quem duvidava que acadêmicos de comunicação social pudessem se interessar pela mecânica celeste teve sua incredulidade posta à prova: as filas atrás do telescópio brotavam com curiosos de todas as idades esperando para enxergar através da pequena lente alguns astros de tamanho superior em até mil vezes ao planeta Terra.
O período de observação teve início às 18h30, quando o telescópio foi posicionado entre a Igreja da Paz e o bloco C em direção ao planeta Vênus, o qual logo desapareceu no horizonte. O telescópio foi então levado para o lado do bloco B, na cantina, quando os estudantes puderam examinar Saturno e seus anéis. A noite caía quando o ponto de observação foi transferido para a frente da igreja e os olhares foram elevados ao planeta Júpiter e o satélite natural da Terra, que pôde ser visto com mais detalhes para satisfazer os frustrados pelo tamanho dos outros astros vistos através do telescópio.
Esta decepção, aliás, foi a maior dificuldade notada pelo físico José Fragalli. Segundo ele, o obstáculo é normal entre os jovens desta geração: “Eles têm dificuldade em observar”, analisa Fragalli. “A internet cria uma expectativa compreensível, faz com que os jovens acreditem que através do telescópio poderão observar com detalhes os anéis de Saturno ou as crateras da Lua”. O físico acredita que frases como “parece uma figurinha” só foram proferidas antes de os estudantes compreenderem a importância de enxergarem os planetas com os próprios olhos. “Os planetas estavam lá, no universo, posicionados, não eram uma foto da internet. Quando entenderam isso, o interesse cresceu”, conta ele.