A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões de quilômetros quadrados. Agora, imagine que o interior de Júpiter seja capaz de abrigar mais de mil esferas com as mesmas dimensões do planeta azul. Não à toa, fala-se do maior planeta do sistema solar, que, embora não tenha os anéis mais famosos da galáxia, contém mais matéria do que os outros sete corpos planetares juntos.
O quinto planeta mais próximo do Sol tem dezesseis satélites naturais em sua órbita, sendo os maiores — e mais conhecidos — Callisto, Ganímedes, Europa e Io. Isso sem contar as diversas partículas celestes que são atraídas pelo forte campo gravitacional. As quatro grandes luas de Júpiter foram vistas pela primeira vez por Galileu Galilei em 1610. Já os anéis, de espessura tênue e praticamente invisível da Terra, foram descobertos somente em 1979 pela expedição da Voyager 1. Com a visita da sonda, pôde-se constatar que a estrutura dos anéis Halo, Principal e Gossamer é formada por uma poeira de partículas com menos de 10 microns — medida de precisão utilizada pelas atuais tecnologias — de diâmetro, provenientes do bombardeamento de micrometeoritos das pequenas luas que habitam a órbita do planeta.
A partir da Terra, Júpiter é o quarto objeto mais brilhante a ser observado, só perdendo para o Sol, a Lua e Vênus. Sua rotação é tão veloz que um dia na atmosfera joviana corresponde a 0,4% das 23 horas e 56 minutos que a Terra demora para dar uma volta completa em seu eixo. O solo do planeta sofre com tempestades. A mais famosa delas, a Grande Mancha Vermelha, é observada há mais de 300 anos e tem velocidade de 500 quilômetros por hora. Já foram, inclusive, registradas auroras em Júpiter, devido a sua magnetosfera que se estende a mais de 650 milhões de quilômetros.
Apesar de ter cerca de 90% de hidrogênio na sua composição, a pressão interior do planeta é tão elevada que os átomos encontram-se quebrados, e imersos numa atmosfera de 121 graus célsius negativos.