Encerra-se neste sábado (28 de novembro) a Semana da Consciência Negra de Joinville. A iniciativa é inédita na cidade e homenageia a cultura afro-brasileira a partir de sua data mais importante: o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, em homenagem à morte do líder quilombola Zumbi dois Palmares. Desde sua abertura na última sexta-feira, a semana joinvilense ofereceu apresentações artísticas, manifestações da cultura afro-brasileira, debates e exibições de filmes.
Um dos momentos mais significativos da programação aconteceu na tarde do dia 21 de novembro, quando foi descerrada uma placa em homenagem aos negros escravos e libertos no Cemitério dos Imigrantes. Pesquisadores da Fundação Cultural de Joinville encontraram registros informando que 14 afro-brasileiros estão sepultados no local. No mesmo ato, o prefeito Carlito Merss também assinou a nomeação do comitê gestor que formulará a criação de um órgão para as políticas de promoção da igualdade racial para o município.
Na quinta-feira (26), no Museu Nacional da Imigração, a antropóloga Raquel Mombelli ministrou o minicurso “Direitos tradicionais, patrimônio imaterial e identidades”. O dia dedicado às abordagens acadêmicas dos temas relacionados à negritude também ofereceu, mais tarde, no anfiteatro do Bom Jesus/Ielusc, a mesa-redonda “Etnicidades, ações afirmativas e patrimônio cultural”. Além da doutora Raquel Mombelli, participaram das discussões os antropólogos Celso Luiz Prudente (que também é cineasta), Margareth Fagundes Nunes e Angela Maria Souza. Na prefeitura, durante todos os dias da semana, o Arquivo Histórico Municipal de Joinville exibiu a exposição Indícios da presença negra em Joinville no século 19.
Na tarde de sexta-feira (27 de novembro), na Univille, aconteceu a Conferência Sobre a Igualdade Racial com a presença do ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) Edson Santos. Uma das realizações dessa secretaria foi a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, sancionado em setembro de 2009. O documento consolida leis que asseguram os direitos fundamentais da população negra no Brasil.
Nos dois últimos dias da Semana da Consciência Negra, o 5º Festival Cultural Beribazu promove curso de capoeira com os mestres Luiz Renato e Igor, de Brasília, na Sociedade Ginástica de Joinville. Também na sexta-feira prosseguem as sessões do Cine Ilê – às 20 horas no Ilê Axé Iya Omilode, Casa da Vó Joaquina – e do ciclo “Novo olhar sobre o cinema africano” - às 19 horas, também no sábado, na Cidadela Cultural Antarctica.
O encerramento oficial da primeira Semana da Consciência Negra de Joinville contará com atrações musicais e da cultura hip-hop, exibição de basquete de rua e brincadeiras afro-brasileiras como o Awalé, o Barangandão, o Pião de Palito, os Escravos de Jó, a Batata-quente e O Leão e o Impala. Todas as apresentações acontecem no sábado, na Praça da Bandeira e Dario Salles, das 9 às 18 horas.
A Semana da Consciência Negra foi organizada e promovida pela Fundação Cultural de Joinville (FCJ), pela Secretaria de Educação e pela Comissão da Semana da Consciência Negra. Fazem parte dessa comissão o Grupo de Capoeira Beribazu, a Associação de Caridade e Culto Afro Abassá de Inkisse Nzazi (Accaia), a Sociedade Beneficente Kênia Clube, o Ilê Axó Iya Omilode – Casa da Vó Joaquina, o Movimento Brasil Nagô, o Instituto Afro-brasileiro Joinville e Central Única das Favelas (Cufa) Joinville.