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Matéria 8644, publicada em 29/06/2009.


Entidades dão apoio à exigência do diploma

 

Crescem os apoios recebidos pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que aboliu a exigência do diploma para o exercício profissional. Durante plenária do Conselho Federal de Egenharia e Arquitetura (Confea) na semana passada, o presidente da instituição, Marcos Túlio de Melo, apontou a necessidade de ampliar a discussão sobre a importância da regulamentação das profissões. Já o Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ) emitiu nota oficial, assim como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf/CUT). Em nova enquete do portal Imprensa, a grande maioria dos participantes posicionou-se contra a decisão do STF. E a rede social “Jornalista só com diploma!” comemorou a adesão de mais de mil apoiadores.

Ao provocar a reflexão sobre a decisão do STF, o presidente do Confea destacou que “é importante que despertemos a clareza na sociedade em relação à importância da regulamentação profissional”. Túlio de Melo defendeu que a regulamentação das profissões deve ser debatida no Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas (Conselhão), sustentando “ser preciso assegurar à sociedade serviços profissionais de qualidade bem como reconhecer a importância da formação comprometida com justiça social, democracia e cidadania”.

Os professores e pesquisadores das listas do FNPJ e da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) estão desenvolvendo um esforço coletivo de buscar a publicação de artigos, nos veículos locais e regionais, como forma de mobilização e fomento ao debate na sociedade, além de pressão por uma solução. A ideia é, posteriormente, enviar o conjunto de artigos ao STF, Congresso Nacional e governo federal como forma de protesto.

Em nota oficial o FNJP criticou as premissas equivocadas que sustentaram a posição de acabar com a exigência do diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. A Contraf/CUT expressou seu posicionamento na sexta-feira passada. A entidade considerou “absurda” a decisão tomada pelo STF e qualificou Gilmar Mendes, presidente do STF, como o “algoz dos bancários quando, nomeado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocupou, em 2000, o cargo de advogado-geral da União, entrando com recursos judiciais para cassar liminares que impediam o leilão do Banespa. A entrega do maior banco estadual do País para o Santander, na farra das privatizações do governo FHC, jogou no desemprego milhares de bancários e provocou o fechamento de dezenas de agências, piorando o atendimento da população”, diz a nota. A entidade também lembra que o presidente do STF revogou duas vezes, em 2008, a prisão do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, durante a operação Satiagraha da Polícia Federal.

Enquete

Em recente enquete do portal Imprensa, foi apresentado o questionamento se os participantes concordavam com a decisão do STF que derrubou a necessidade do diploma para o exercício do Jornalismo. Dos 2606 votos computados, 68% (1781 votantes), se posicionaram contra.

Também a rede social “Jornalista, só com diploma” obteve sua milésima adesão na campanha a favor da regulamentação. Sua articuladora, a jornalista Adriana Santiago, comemorou. E, em mensagem aos integrantes da rede, referindo-se à onda de protestos que ocorrem em todo o país, registrou: “Não perdemos. Temos hoje um país mobilizado pela indignação do julgamento do STF. Nunca estivemos tão unidos e isso nos torna fortes”.

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