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Matéria 8590, publicada em 22/06/2009.


:Jéssica Michels

Sessão dupla fechou a programação

Organização faz avaliação positiva do Cena 6

Jéssica Michels



Teatro lotado: assim foram as duas sessões da apresentação do espetáculo Borboletas de sol de asas magoadas, às 20 e 22 horas, no Galpão da Associação Joinvilense de Teatro (Ajote), no domingo (21 de junho). A peça marcou o encerramento da mostra teatral Cena 6 e o início da Semana da Diversidade em Joinville.

Na peça, a atriz Evelyn Ligocki interpreta o travesti Bety, que recepciona o público e o convida a conhecer sua casa. Em seu quarto, Bety conta os detalhes da sua vida, explicando a experiência de ser um homem num universo totalmente feminino: o mundo dos travestis, com glamour, maquiagem, salto alto, purpurina, mas também repleto de preconceito, solidão e desprezo.

Presidente da Fundação Cultural de Joinville, Silvestre Ferreira avaliou de forma positiva a mostra. “Estou feliz. Já aconteceu de não ter público para assistir as peças aqui na Ajote e hoje estão brigando por ingressos”, lembrou. “Acredito que a cultura pode ser uma ferramenta para a mudança da sociedade.”

Para Muriel Szym, coordenador de produções da Ajote, o Cena cria um hábito novo para o joinvilense. O produtor vê mudanças entre o público presente na mostra deste ano em comparação com o festival do ano passado. “Uma diferença muito grande. Neste ano fizemos uma chamada, uma divulgação voltada para o população. Abrimos as oficinas para o público, trouxemos grandes peças de fora. Fizemos espetáculos nas praças, incrementamos mais as peças infantis, porque assim vem a família”, explicou.

Em 2009, a Ajote começou suas atividades com a agenda de espetáculos programada até dezembro. “Toda a semana tem teatro em Joinville e nós conseguimos essa proeza. Há um senso comum dos joinvilenses em falar que não há cultura aqui. Com esses dois grandes eventos que aconteceram neste semestre, podemos provar o contrário em relação do teatro”, ressaltou Muriel, referindo-se também ao 14º Festival Catarinense de Teatro, que aconteceu em maio. Segundo ele, o Fecate poderia ser realizado em qualquer outra cidade do estado que oferecesse infra-estrutura de salas de espetáculo, mas a escolha recaiu sobre Joinville porque seu teatro e seus grupos são muito organizados.

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