Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 7000, publicada em 11/09/2008.


Educação, compromisso com a sociedade

Tito Lívio Lermen*


O Bom Jesus/Ielusc tem uma avaliação muito serena de sua excelente colocação no recém-divulgado ranking das universidades e faculdades, o Índice Geral de Cursos (IGC). Consideramos três fatores fundamentais que explicam nosso posicionamento entre as cem melhores do país: (1) A qualidade dos projetos pedagógicos de curso; (b) Gestão e tratamento qualitativo do quadro docente, primando pela sua titulação e qualificação continuada; (c) Projetos de alcance social, que trazem a marca da nossa mantenedora, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).

Nosso conceito de educação está ligado à missão e visão de prestação de serviço público de qualidade à sociedade joinvilense. Não tratamos educação como negócio. Por isso, estranhamos profundamente o enfoque da matéria “Agora, hora da lição de casa” (AN, 11/09/2008, p. 18). Ao evidenciar a opinião de uma estudante do curso de enfermagem (foto-legenda, em destaque), o repórter generalizou como se fora a opinião de todos os estudantes do Bom Jesus/Ielusc. Por que outros estudantes das demais instituições não foram ouvidos? Quantos alunos da nossa instituição foram entrevistados pela reportagem? Em contato com a direção do curso, a aluna Fabiane Voss negou ter dito: “Tem professor com doutorado que não sabe dar aula”. Quem é a fonte? Nosso curso de enfermagem, ao longo de 11 anos, formou centenas de profissionais que hoje atendem à população nos centros de saúde de Joinville e região. A taxa de empregabilidade é próxima de 100%.

Num assunto tão delicado e polêmico como é um indicador de qualidade do ensino superior (IGC), o que se espera é um tipo de informação que prime pelo equilíbrio, pluralidade de fontes, compromisso com a verdade. Um projeto pedagógico de curso é resultante de uma ação humana, sempre passível de mudanças para melhor, para dizer o óbvio. No entanto, o jornalismo é um espaço de produção de sentidos de alto impacto social. Ao publicar um contraponto tão superficial, a pretexto de exercitar o “contraditório”, tentando passar opinião individual como se fora de toda uma comunidade, a matéria entra no danoso terreno da distorção e desinformação.


*Tito Lívio Lermen é diretor geral do Bom Jesus/ Ielusc

Comentários dos leitores
 

  • 9-/-0/2008 -

    Felipe (Felps) [Joinville]:

     

    É preciso assumir.

     

    Fiquei orgulhoso assim que soube o resultado da avaliação do MEC. A diferença na qualidade de ensino é percebida quando conversamos com alunos da Univille, da Sociesc etc. que conseguem levar a faculdade nas coxas até o final nesses cursos. No Ielusc, tem que se esforçar pra conseguir empurrar com a barriga. O problema disso tudo é que esse resultado nos deixa à vontade para nivelar por baixo. Há aulas ruins, há professores ruins e há laboratórios ruins. Claro, há laboratórios bons, reformados há pouco tempo, e há mais reforma vindo por aí. Mas não é possível que as turmas de redação, que chegam a ter 25 pessoas, tenham aulas no laboratório 1 e naquele outro ali do lado, pois chega-se a ficar 40 minutos para conseguir abrir o editor de texto. Claro, com sorte dá para começar a trabalhar em cinco minutos. Contudo, eu penso que essa questão não é tão simples. Os estudantes se escondem atrás desse argumento dos laboratórios pra dizer que a instituição é ruim e blá, blá, blá. Particularmente, não me incomodo. Se o professor pedir a redação e eu não conseguir escrever lá no lab pré-histórico, escrevo à mão e entrego a redação. Nunca foi necessário, pois os professores sempre deixaram entregar depois. (Será?) O outro ponto do debate é sobre os professores. É inegável e natural que professores bons sairam (Russi, Felipe), outros bons chegaram (Maria Elisa, Fernanda Guimarães) e outros ótimos continuam. A menina não disse que falou dos professores e provavelmente não deve ter dito, mas eu e muito mais gente diz: há professores ruins, professores que não sabem dar aula. E isso é dito à coordenação, é dito aos professores e é dito pra todo mundo. Sendo deselegante, cito um exemplo. O professor Marcelo Correia. Nós, do 5° semestre, reclamamos com antecedência e as turmas de PP reclamavam também. O cara ficou um tempão dando aula, um tempão na AEP. Chama na "xinxa", assista às aulas, confere a reclamação dos alunos. Perguntar ao professor o que está acontecendo dá margem pra ele dar um "migué". Aí, finalmente o professor saiu, veio o professor bom e desceu a lenha na turma, no melhor estilo "vocês pediram, vocês vão ter". Resultado: alto índice de reprovação, que só não foi pior por causa do arrego no exame. E há mais casos, sempre relatados à coordenação. São professores muito legais, mas que não estão capacitados, ou não sabem dar aula. Há um professor muito capaz que está dando aulas bem legais ultimamente, mas que no último semestre deixou 90% da turma viajando. Às vezes, uma pequena mudança na dinâmica da aula resolve. Não posso dar certeza, mas pelo que ouvi, o salário dos professores é ótimo. A aula tem que valer. Enfim, é preciso assumir que há muito o que melhorar tanto da parte dos alunos quanto dos professores, passando pela infra-estrutura que é apenas o suporte para chegar onde pretendemos.

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