Os estudantes do Bom Jesus/Ielusc que estão preocupados com a possibilidade da implantação do sistema operacional Linux nos computadores da instituição podem ficar tranqüilos: esse ano ainda não haverá nenhuma mudança significativa para os alunos. O projeto foi criado pelo Setor de Comunicação e Recursos Digitais, o Secord, e o software livre está sendo instalado nos computadores das coordenações de Comunicação Social e Enfermagem, nas máquinas utilizadas para audiovisual, no próprio Secord e demais computadores da administração do Bom Jesus/Ielusc. Os laboratórios 1 e 2 continuarão com o Windows Terminal Server. Já para os laboratórios 3, 4 e 5, o Secord pretende fazer um dual boot – que permite ao usuário escolher entre Windows e Linux – talvez no início do próximo semestre. O laboratório 7, usado pelo Negra (Núcleo de Expressão Gráfica), já é dual boot. Os laboratórios da Unidade Saguaçu serão migrados para Linux.
O Linux não será implantado em todas as máquinas por causa dos alunos de Comunicação Social, que utilizam os programas de edição eletrônica InDesign, Illustrator e Photoshop, da Adobe. Esses softwares podem rodar no sistema operacional Linux através do Wine, um programa que simula o Windows, mas não com a mesma eficiência: segundo o analista de suporte Jean Schulz, do Secord, algumas funções gráficas dos programas da Adobe não funcionam direito no Linux. Para os demais alunos do Bom Jesus/Ielusc, a diferença não será grande: o Open Office 2.2.3, utilizado atualmente nas máquinas da instituição, será substituído pela versão 2.4, mais recente, mas muito parecida. A distribuição do Linux que está sendo instalada nos computadores do Bom Jesus/Ielusc é a Ubuntu, que foi escolhida por ser “mais leve e com uma interface mais simples”.
O CorelDRAW, da Corel Corporation, programa similar ao Illustrator, foi retirado da maioria das máquinas pois não havia licenças suficientes para todos os computadores. O valor da licença educacional é de US$ 94,23 cada, sendo que é obrigatória a compra de no mínimo cinco, segundo uma das distribuidoras da Corel no Brasil, a Officer. Para a Agência Experimental de Propaganda, a AEP, a exclusão do Corel gerou dificuldades, pois muito material produzido por eles estava em .cdr, o formato de arquivo do Corel, que não abre no Illustrator. Segundo um dos bolsistas da AEP, Élinton Eduardo Bartniak, o CorelDRAW foi retirado sem nenhum aviso, e eles tiveram que recorrer ao computador do setor de marketing, o único da instituição que ainda tem o programa instalado. Além do mais, muitos dos clientes da AEP mandam material em .cdr, e muitas gráficas só aceitam arquivos neste formato. Os bolsistas concordam com a retirada do Corel, mas salientam que o Secord não deu nenhuma solução para os problemas que poderiam derivar disso. O pacote Macromedia também foi retirado. O Secord afirma ter enviado um aviso da exclusão dos programas por mensagem eletrônica (e-mail).
Maria de Fátima Zavaris, coordenadora do Secord, diz que o projeto foi concebido porque o custo de manter todos os softwares e licenças atualizados é muito alto, e esse dinheiro poderia ser utilizado para investir em equipamentos melhores para a instituição. Fátima acha que é necessário que os estudantes conheçam as duas plataformas, apesar de o mercado estar atualmente dominado pelo software proprietário. Esse é um plano para o futuro: que o aluno do Bom Jesus/Ielusc gradue-se sabendo utilizar tanto os programas de software livre quanto os pagos. Atualmente isso não é possível, pois nem os professores da instituição dominam o Inkscape ou o Gimp, softwares livres de editoração eletrônica. Mas há planos de um convênio com a Udesc, que desenvolveu um grupo de pesquisa em software livre, o projeto Colméia. Estudantes da Universidade do Estado de Santa Catarina viriam estagiar no Bom Jesus/Ielusc, para ensinar sobre o Linux a funcionários e professores.
Saiba mais sobre software livre.
Big Linux é uma distribuição Linux criada por Bruno Gonçalves Araújo, baseada em outras distribuições, como Ubuntu e Kurumin. Para baixar, clique aqui.