O projeto BBEducar Fases alfabetiza em oito meses jovens e adultos que não tiveram oportunidade de escolarização. Depois de alfabetizados, os estudantes são encaminhados para a turma de fases de 1ª a 4ª série do programa. O BBEducar é uma parceria da Prefeitura de Joinville através da Secretaria de Educação e Cultura com a Fundação Banco do Brasil.
As aulas acontecem no período noturno, de segunda a sexta-feira, com a duração de três horas diárias. O material dos alunos é gratuito e inclui pasta, camiseta, cadernos, lápis, lápis de cor, borracha e porta-documento. Todos os professores do projeto são capacitados pela Fundação Banco do Brasil.
Segundo a supervisora do programa, Roseli da Silva Decon, as campanhas na comunidade são contínuas: “Certa vez, eu, os professores e os alunos saímos com um megafone nas ruas, parando nas casas, dando depoimentos, tentando levar para a escola o maior número de pessoas que não sabem ler". Atualmente 650 alunos estão sendo alfabetizados em todas as fases, espalhados em 30 escolas da rede municipal.
Roseli também diz que a maior parte de seus alunos tem algum tipo de deficiência visual devido à idade avançada. Muitos deixam de estudar por não terem como ir ao oculista e comprar os óculos. Então, o BBEducar fez parcerias com algumas clínicas oftalmológicas da cidade que providenciaram consultas gratuitas ao estudantes.
Agora, a supervisora pede a doação de aros de óculos, para redução de despesas dos alfabetizandos que assim gastariam apenas com a aquisição das lentes. Quem quiser doar a armação pode ligar para os telefones 431-3053 ou 431-3030 durante todo o dia e falar com a supervisora do BBEducar Fases Roseli da Silva Decon.
Brasil Alfabetizado em Joinville e no Estado
O programa Brasil Alfabetizado foi lançado em 8 de setembro de 2003 pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Seu objetivo é alfabetizar todos os jovens e adultos com 15 anos ou mais que não tiveram oportunidade de estudar, erradicando assim, o analfabetismo no país. No entanto, a iniciativa pretende não só que homens e mulheres aprendam a ler e escrever, decodificando as palavras, mas que também tenham autonomia, caminhem com as próprias pernas e se tornem mais cidadãos.
Em Santa Catarina, o Brasil Alfabetizado ainda não foi colocado em prática. De acordo com a gerente da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria do Estado de Educação e Inovação, Elisabete Duarte Borges Paixão, a secretaria desenvolveu o projeto e está aguardando a aprovação do Ministério da Educação e Cultura (MEC) para implementá-lo. Enquanto isso está cadastrando alunos e professores interessados. O programa parceria com universidades, municípios, Secretarias Estaduais de Educação (SEE) e Organizações Não-Governamentais (ONGs).
Em Joinville, o Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), responsável pela implantação do Brasil Alfabetizado na cidade e região, está promovendo reuniões com as secretarias municipais, ONGs e com os representantes da Acafe, que responde pela capacitação dos professores.
Segundo a diretora pedagógica do CEJA, Olizilma Ana Bussmann Witt, um levantamento realizado nos meses de março e abril deste ano em 66 escolas estaduais de Joinville e região, identificou a existência 4.447 analfabetos. A meta da primeira etapa do programa é formar 100 turmas de 25 alunos (2.500 no total). “Até agora foram matriculados aproximadamente 800 não-alfabetizados, mas é um resultado bom, porque não utilizamos a mídia para chamá-los. A notícia foi se espalhando boca a boca”, comemora. O Brasil Alfabetizado promete ensinar ler e escrever em seis meses.
A segunda etapa do programa lançado por Lula espera atingir 10 mil analfabetos, além de manter os alfabetizados da fase anterior. Qualquer cidadão pode ser alfabetizado. O ensino é gratuito e só é preciso que o interessado apresente seus documentos pessoais para fazer a inscrição. Para ser professor ou alfabetizador, é necessário estar cursando pelo menos o ensino superior e não ter vínculo com o estado. Até agora estão inscritos cerca de 100 professores para a função.