No dia 3 de julho de 1957, o jornal Folha da Tarde noticiava a compra da mais antiga emissora de rádio de Porto Alegre, a PRC-2 Rádio Sociedade Gaúcha, informando que a negociação formaria a primeira grande cadeia fixa do Rio Grande do Sul, congregando 15 emissoras do interior do estado e compondo a rede de Emissoras Reunidas. Quase 50 anos depois, o projeto iniciado pelo então locutor Maurício Sirotsky Sobrinho ao aceitar o convite de um amigo, o empresário Arnaldo Ballvé, para participar da parceria no comando da rádio, resultou no maior grupo de mídias do sul do país, a Rede Brasil Sul de Comunicação, mais conhecida pela sigla RBS.

Fundador da empresa, Maurício Sirotsky iniciou a revolução na rádio à beira da falência trocando o noticiário “requentado”, feito com leitura de jornais, por um grande radiojornal matinal e outro noturno, além de produzir boletins de hora em hora com entrevistas ao vivo, por telefone ou gravadas. Em 1962, a expansão do grupo começou a tornar-se palpável com a inauguração da TV Gaúcha, vendida pouco depois pela TV Excelsior e recomprada por Sirotsky em 1968. Ainda nos anos 60, conquistou espaço na mídia impressa com a compra do jornal Zero Hora, veículo do qual a RBS já possuía 50% em 1967 e que, três anos depois, passou ao controle total de Sirotsky.

A chegada a Santa Catarina foi marcada pela inauguração da TV Catarinense no dia 1º de maio de 1979. Seis anos depois, a RBS SC já detinha quatro emissoras de TV, três rádios Atlântida, a Rádio Diário da Manhã AM e a Itapema FM. Porém, Maurício Sirotsky sabia que a abrangência do estado só teria êxito com a criação de um meio impresso. Foi assim que nasceu o Diário Catarinense, projeto no qual o empresário trabalhou durante quatro anos e não pôde ver a primeira edição: ele faleceu em abril de 1986, alguns dias antes de o jornal ser lançado. Em 1992, foi a vez do blumenauense Jornal de Santa Catarina ser incorporado ao grupo gaúcho.

A RBS conta atualmente com oito jornais, 26 emissoras de televisão aberta e 26 de rádio, duas emissoras locais de televisão, dois portais de internet, a gravadora Orbeat Music, a editora RBS Publicações, empresas de eventos, logística e de marketing, empregando cinco mil pessoas e faturando em média R$ 825 milhões por ano.