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Matéria 1502, publicada em 13/10/2005.


:Divulgação

Cientista Lavoisier

Ciência da previsão do tempo evoluiu muito nos últimos séculos

Erivellto Amaranth


Nos dias de hoje os meteorologistas contam com uma série de equipamentos sofisticados para fazer a previsão do tempo, mas nem sempre a tecnologia foi aliada desses profissionais. O primeiro artefato para a medição da pressão do ar foi criado em 1643 pelo físico italiano Evangelista Torricelli. Tratava-se do barômetro. Com esse primitivo equipamento foi possível verificar que a pressão do ar aumentava e diminuía de acordo com as alterações climáticas. Uma queda da pressão quase sempre significava a chegada de uma tempestade. Em 1664, foi inventado o higrômetro, usado para verificar a umidade do ar. A medição exata da temperatura só tornou-se possível em 1714, quando o físico alemão Daniel Fahrenheit criou o termômetro de mercúrio.

Por volta de 1765, o cientista francês Antoine-Laurent Lavoisier sugeriu que as medições da pressão e umidade do ar, e da velocidade e direção do vento fossem feitas diariamente, e declarou: “Com esses dados é quase sempre possível prever o tempo com um ou dois dias de antecedência e com razoável exatidão”. Mas infelizmente não foi bem assim que aconteceu.

Em 1854, uma violenta tempestade próxima do porto de Balaklava, na Criméia, afundou um navio francês de guerra e outros 38 cargueiros. O governo da França pediu que o diretor do observatório de Paris, Urbain-Jean-Joseph Leverrier, elaborasse um estudo investigativo sobre o assunto. Quando verificou os registros meteorológicos, ele descobriu que a tempestade havia se formado dois dias antes e havia atingido metade do continente europeu. Se naquele tempo já existisse um acompanhamento diário do tempo, certamente os tripulantes dos navios seriam avisados com antecedência e não morreriam. A partir desse fato, a França desenvolveu um serviço de aviso sobre tempestades. Nascia então a meteorologia moderna.

Com a invenção do telégrafo elétrico, em 1837, os cientistas passaram a receber os dados do tempo com maior rapidez. A criação do norte-americano Samuel Finley Breese Morse possibilitou que o observatório de Paris, e mais tarde o de Londres, começasse a publicar os primeiros mapas meteorológicos. Quanto mais os profissionais do tempo recebiam e acumulavam informações, mais se davam conta da tamanha complexidade da meteorologia. Logo depois da primeira guerra mundial, o meteorologista britânico Lewis Richardson descobre que atmosfera segue as leis da física e conclui que poderia usar a matemática para prever o tempo. As fórmulas eram complicadas e perdiam-se muitas horas para fazer os cálculos. Muitas vezes, as frentes de ar se alteravam antes mesmo de os cálculos estarem prontos.

Somente nas últimas décadas, com o advento da informática e o avanço da tecnologia, foi possível fazer os cálculos e a previsão do tempo com maior exatidão. Um grande marco para a meteorologia aconteceu em 1960, ano em que foi lançado o TIROS I, primeiro satélite meteorológico acoplado com uma câmera de TV. Hoje, além do uso dos satélites, as estações que realizam a medição do tempo e temperatura contam com o auxílio de vários instrumentos, entre eles, o barômetro, higrômetro, termômetro, radar e balões meteorológicos.

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