Iniciou nessa segunda-feira, 18 de maio, a “Semana de Orientação e Conscientização Sobre Saúde Mental”. A abertura oficial aconteceu no Salão da Comunidade Luterana no Bom Jesus/Ielusc, às 18h30 mas, durante o dia, houve palestras e divulgação de atividades elaboradas pelos profissionais que atuam na área e também por pacientes. A solenidade contou com a participação de Apolônia Voltolini Chaves, representante do Núcleo Nise da Silveira, e também de Sandra Lúcia Vitorino, da Coordenação Municipal de Saúde Mental.
Na tarde de terça-feira, 19 de maio, na Sede Regional de Saúde Saguaçú, localizada na rua Iririú 110, o Grupo Nós e Oficina Cins, apresentou materiais como cachecol e panos de prato confeccionados por pessoas que passam pelos atendimentos nos Caps (Centro de Apoio Psicossocial). Elizabeth Ferreira da Silva, psicóloga do Núcleo de Apoio Técnico da Secretaria Municipal de Saúde, ressalta a importância da luta antimanicomial. “Lutar contra o preconceito ainda é o melhor caminho, mas a situação já melhorou bastante”.
Elizabeth reconheceu que a desmistificação a respeito da saúde mental trouxeram aspectos positivos e negativos para a área. Segundo ela, a diminuição do descaso com os pacientes facilitou a convivência em sociedade. “Antes tudo era motivo para internação, agora com um apoio maior dos governantes, no sentido de acabar com os manicômios, ajudou em promover um tratamento humanizado”. A psicóloga afirmou, porém, que não houve um planejamento para aumentar o número de funcionários capacitados para atuar na área. “Somente aqui na Regional do Saguaçú, existem 73 mil pacientes cadastrados para apenas quatro profissionais”. Ela acredita que a melhor forma de oferecer um tratamento mais humano para essa pessoas é justamento esses eventos. “É um grupo de apoio e não de terapia. Essas atividades culturais ajudam a promover uma maior integração com a sociedade”.
Durante o evento, as “Delirets”, grupo cênico formado por funcionárias do Caps 3, também chamado de “Dê Lírios”, alegraram as crianças que esperam pelas consultas no local. Elizabeth explicou que o nome surgiu causa do tratamento que é realizado naquele centro de apoio. “O Caps 3 oferece tratamento para pessoas atormentadas por delírios, então surgiu a ideia de brincar com o nome, afinal o termo 'delírio' é muito pesado”.
Para amanhã, 20 de maio, estaria programado o lançamento do livro “Minhas poesias”, de Izabel Schneider Cardoso, às 9 horas, na Sede da Regional de Saúde Saguaçú. Izabel participa do programa de saúde mental em Joinville.