O Bom Jesus/Ielusc e Francine Bueno, publicitária formada pela instituição, estão acusando a agência Fórmula Comunicação de plágio. O motivo: a semelhança entre o vídeo feito pela Fórmula para o Hemosc e um anúncio elaborado pela ex-aluna. O trabalho de Francine foi desenvolvido com a colega Fernanda Sponchiado. Juntas, concorreram ao prêmio Exit no Eppa 2006 (Encontro de Publicidade e Propaganda Acadêmico) e faturaram o 2º lugar. Constatadas as similaridades, a publicitária comentou uma notícia no sítio Acontecendo Aqui, no qual a propaganda da agência era divulgada. Silnei Scharten Soares, então coordenador do curso de publicidade e propaganda, também deixou sua opinião na página.
A ação indenizatória contra a agência publicitária ainda não teve início. Francine Bueno e Fernanda Sponchiado, juntamente com a instituição, pretendem fazer uma denúncia de plágio ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) antes de começarem o processo judiciário. Marco Schettert, advogado do Bom Jesus/Ielusc, explicou que o Conar servirá como testemunha.
O advogado terá que estudar o caso para saber se o Bom Jesus/Ielusc foi lesado pelo plágio para então saber como a instituição tomará parte na ação judiciária: “Ainda não tenho certeza se o Bom Jesus vai figurar como autor no processo”. Marco acredita ter todo o material comprovando a autoria de Francine e Fernanda. Segundo ele, os trâmites terão início em 30 dias, aproximadamente.
Bianca Schmidt, gerente administrativo do Hemosc (Centro de Hematologia e Hemoerapia de Santa Catarina), não sabe ao certo quem idealizou o informe publicitário, mas acredita que os responsáveis pertençam ao setor de captação de doadores e à agência de publicidade. Segundo a gerente, o centro “ganhou a propaganda no final do ano passado” e receber “cortesias” desse tipo é comum. Ao saber da existência da peça publicitária que conquistou prêmio em 2006, Bianca ficou surpresa. Será feita uma reunião para averiguar detalhes dessa situação. A princípio, ela acredita que o vídeo foi ao ar no final de 2008.
O diretor de criação da Fórmula Comunicação, José Raimundo Padilha, recebeu da Secretaria de Estado da Saúde o pedido de uma campanha que atraísse os doadores aos bancos de sangue. Foram poucas as solicitações mas, dentre elas, constavam fácil execução, baixo custo e rapidez na elaboração. “Não houve direcionamento. Pediram um comercial de 30 segundos que fosse um incentivo à doação. "Então, optamos por um caminho emocional”, relatou Padilha.
“Coincidência”. Esta palavra resume o porquê das semelhanças entre o trabalho das estudantes e o VT da agência, de acordo com Padilha. O diretor de criação explica que, além dele, “todos” — Gustavo Menyou, Marlon de Barros, Roberta Pereira Beck, Natália Góes e Carmen Zanotto — opinaram durante a redação da frase final. “Não tivemos contato com a peça [das alunas]. Se tivéssemos, faríamos outro caminho. Está em jogo uma relação sólida entre a agência e seus clientes ”, alegou Padilha, chamando de "inviável" uma pesquisa prévia no Google. Ele, caso estivesse na situação de Francine, se sentiria “lisonjeado ao invés de plagiado” por ser “capaz de chegar na mesma idéia” que uma agência de renome.