Para Terezinha da Silva, autora do livro “Gestão e mediações nas rádios comunitárias – Um panorama do estado de Santa catarina”, o Ministérios das Comunicações é o principal responsável pelo alto número de emissoras comunitárias clandestinas. Terezinha fez parte do grupo de escritores que apresentaram suas obras na primeira noite do Encontro de Professores de Jornalismo. Um exemplar de seu livro já havia sido doado para a biblioteca Castro Alves pela Unochapecó em setembro deste ano.
Terezinha acredita que o processo para legalizar uma rádio de pequeno porte melhorou nos últimos anos, porém ainda é muito lento. Na pesquisa que originou o livro, feita entre 2003 e 2005, com 120 emissoras de baixa potência de Santa Catarina, a rádio que levou menos tempo para conseguir autorização de funcionamento, o fez em três anos. “Algumas estão esperando há seis ou sete anos”, contou a autora. Ela explicou que na tentativa de agilizar o processo, algumas emissoras acabam sendo manipuladas por políticos ou igrejas e, então, tornam-se particulares. “Não acredito que as rádios que estão nessa situação cumpram seu papel social”, disse Terezinha. Ela citou, como exemplo, o caso da Rádio Natureza, de Camburiú, que ficou nas mãos de Leonel Pavan.
Outra observação feita por Terezinha foi a forma de punição às emissoras clandestinas, aplicada pela Anatel: há um grande esquema de policiamento; as rádios podem ser fechadas, multadas e até processadas. Segundo ela, tudo se torna muito traumático para as pessoas envolvidas.