Ao percorrer o Ielusc, os primeiros cartazes e placas com erros ortográficos começam a aparecer. Caminhando pelo centro de Joinville, a diversidade de ferimentos à língua aumenta. No caminho percorrido pela Revi, que compreende trechos das ruas Princesa Isabel, João Colin, Marechal Deodoro, Blumenau e Mário Lobo, erros quanto ao uso da crase são os mais recorrentes. As regras de acentuação parecem não existir. Para entender as causas que levam a essas ocorrências, a Revi conversou com os proprietários de alguns estabelecimentos comerciais.
“O Schimitt está errado, né?”, indaga o comerciante Nilton Schimitt, 56 anos, referindo-se à placa-cardápio localizada em frente à lanchonete de mesmo nome. Na verdade, por ser nome próprio, não era esse o erro ao qual a Revi se referia. A palavra preferência não está acentuada e bauru está com uma vírgula em cima da última letra. Nilson diz que a placa está assim há vários anos e que foi erro de quem a fez, já que ele “percebeu logo no início”.
Na MTS Carimbos e Impressões, um cartaz apresenta duas formas de escrever “a partir”: com e sem acento grave. As proprietárias, Isabel Morini e Viviane Soares da Silva, disseram nunca ter notado e se comprometeram a consertar. “Como são adesivos, vamos tirar a crase e deixar o cartaz correto”, afirma Isabel. Na Adega Di Bacco, a frase “Aberto aos sábados até às 19h”, que deveria estar craseada, apresenta um acento agudo sobre “as”. O dono da adega, Mário Kutti, comprometeu-se a inverter o acento e transformá-lo em uma crase.
“O pessoal está falando errado por causa da internet e eu acho isso ridículo”, declara Lisiane Basso, 27 anos. As palavras início, sítio e gaúcha estão sem acento na vitrine de sua loja, a Rompendo Fronteiras. Garante que sabia do erro e que tentou fazer o letreiro correto: “É um padrão computadorizado. Ou você segue à risca ou cai fora”. Ela diz que foi erro da gráfica que o fez. Para Lisiane, o erro em sua loja é uma contradição porque “os gaúchos costumam falar corretamente”. A comerciante notou que muitas placas joinvilenses utilizam nomes em inglês: “Você não traduz: deduz”.
Na Capeg Gráfica Expressa, a palavra gráfica está sem acento e expressão à vista não está craseada. A secretária do local, Juliana Claudino, afirma que o erro foi proposital: “O acento e a crase não ficariam bem, pois não são visualmente agradáveis”. Para ela, a responsabilidade de ensinar a forma correta é dos pais. “Não é por nossa culpa que as crianças aprendem errado”, diz.
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