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Matéria 6809, publicada em 01/09/2008.


:Luiza Martin

O tempo se encarregou de mudar o conceito que se tinha de Paulo

De "relapso" ao reconhecimento

Luiza Martin


Assim como Albert Einstein foi incompreendido e classificado como medíocre, Paulo Horn se tornou um “relapso atávico”. Na época das disciplinas de redação, o aluno já possuía uma relação diferenciada com o tempo — entregava textos em atraso, isso quando eles chegavam aos professores. Tanto Einstein quanto Paulo negaram tais denominações com o desempenho intelectual: o cientista é conhecido pela Teoria da Relatividade e Paulo foi reconhecido em sua monografia intitulada “Tempo”.

Sílvio Melatti, que incluíra o aluno na brincadeira dos “relapsos atávicos”, chegou a se perguntar se o trabalho que ele julgou na banca do dia 12 de agosto não teria sido vingança pelos velhos tempos. O professor sempre percebeu a capacidade de Paulo e o descompromisso que ele tinha com prazos. Jacques Mick, também professor da disciplina de redação, se dedicou na composição de um artigo intitulado "Contornos do tempo", inspirado na provocação do trabalho sobre o “Tempo” e em “Contorno”, conto escrito pelo recém-formado.

Em um futuro próximo, Paulo pretende publicar dois artigos, que estão ainda em “fase de construção”, e partir para o mestrado na área da literatura, fonte de magnetismo entre ele e o jornalismo. Machado de Assis, Gabriel García Marquez e Ernest Hemingway são três escritores admirados pelo formando. O brasileiro, o colombiano e o norte-americano foram jornalistas e estabeleceram a relação do admirador da literatura com as práticas jornalísticas.

A desilusão é comum, para Paulo, a todos que iniciam o curso. Ele se decepcionou com a faceta mercadológica percebida na produção textual. Conviveu com empecilhos na disciplina de projeto experimental, quando tentou gravar um curta-metragem (baseado em seu conto “Contorno”) e esbarrou em restrições feitas quanto ao formato dos trabalhos. Passou nove semestres cursando jornalismo, ao invés de oito, porque o projeto que seria um curta foi adiado e desenvolvido como fanzine no mesmo período da monografia.

Ele nunca pensou em desistir, pois é “meio teimoso”. No começo, ficou confuso e sem rumo, mas logo percebeu a importância do curso, que, segundo ele, representa mais que o “nome jornalismo”, no sentido de ter uma amplitude maior do que as limitações relativas à profissão. A experiência no âmbito acadêmico ficou além do que ele esperava, mas não será praticada como ofício em seu dia-a-dia — ele é assistente administrativo, concursado, da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) e esse emprego público garante seu sustento e possibilitará a abertura de caminhos para seu desenvolvimento intelectual.

Comentários dos leitores
 

  • 9-/-0/2008 -

    Karina [22]:

     

    Suava frio...

     

    ...só de pensar em falar em público. Que transformação, ein, Sr Horn! Tenho orgulho de você.

  • 800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.