Enquanto em jornalismo, na Semana Acadêmica, eram debatidos autores clássicos e inovadores da arte de escrever, em publicidade e propaganda professores e profissionais do ramo foram chamados para debater sobre o que é feito e as novas tendências no setor publicitário.
Na terça-feira, 17 de outubro, foi a vez do professor da Universidade Estácio de Sá (Rio de Janeiro), Fabro Steibel , que discutiu sobre a relação entre o poder público e o marketing. Na quarta-feira, 18 de outubro, o convidado era o doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos, Fabrício Lopes da Silveira. Na ocasião, o tema em debate foi “A publicidade no espaço público de Joinville”. O professor utilizou fotos de Joinville e do Rio Grande do Sul para falar um pouco sobre a poluição visual, fazendo um resgate histórico da situação. Ao fim da fala de Fabrício, os acadêmicos puderam discutir questões como, o que pode ser considerado poluição ou até que ponto é poluição visual ou não. De acordo com Pedro Ramirez, coordenador do curso de publicidade e propaganda, a palestra foi interessante, pois tratou de um assunto muito “em voga”. “Recentemente, foi aprovada uma lei para retirar todos os outdoors de São Paulo. O debate valeu a pena porque é um assunto pouco discutido”.
O palestrante de quarta achou o evento válido tanto para ele quanto para os acadêmicos. Segundo Fabricio, debates deste tipo dão visibilidade ao trabalho e servem para testá-los também. Além disso, é importante para os acadêmicos participar de discussões, a fim de complementar a formação acadêmica. “Acho que este é o tipo de fórum onde os impactos das pesquisas e a pertinência daquilo que fizemos é realmente testado. Não há sentido em deixarmos nossos trabalhos engavetados. Sendo assim, é fundamental que o aluno tenha contato com este tipo de evento”, frisou Fabricio. Quanto ao espaço publicitário de Joinville, Fabricio disse que com o pouco que observou, pôde perceber que a cidade apresenta uma “densidade visual” parecida com qualquer outro grande centro urbano. O que mais chamou atenção do pesquisador foi a questão das manifestações informais (grafite e pichação). De acordo com suas observações, essas manifestações estão “relativamente administradas”, concentrando-se em bairros periféricos. Ele fez questão de chamar atenção para o fato de que essas são impressões muito frágeis, devido ao pouco tempo que permaneceu na cidade. “De qualquer modo, acho que o debate que tivemos na semana acadêmica serviu para abrirmos a discussão e para continuarmos pensando sobre os limites e alcance das estratégias de regulação da publicidade no espaço público”, salientou Fabricio.
O encerramento da semana de palestras ocorreu no Auditório do Banco do Brasil com a presença de Ricardo Al Makul, diretor de conteúdo e inovação da agência paulista Lew,Lara . O executivo falou sobre as novas tendências na propaganda. O que pode ser feito para fugir da publicidade tradicional, ou seja, novas formas de impactar o público. Para, isso ele mostrou projetos realizados pela HUB – um segmento da Lew,Lara que trabalha com inovações na área. Um deles foi denominado “showdoor”, no qual um DJ tocava em cima de um outdoor para divulgar um evento de música. Essa foi a única palestra que ninguém saiu antes do término. “Adorei palestrar para os acadêmicos. Eles estavam muito interessados e ávidos por novidades. Houve bastante perguntas e o debate foi enriquecedor”, declarou Ricardo.