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Matéria 2992, publicada em 17/10/2006.


:Roelton Maciel

Fabro Steibel, o convidado da noite

Relação entre poder público e marketing é discutida em debate

Tiago Luis Pereira


Na terça-feira (17/10), a partir das 19h30, o anfiteatro será palco de um debate cujo tema se relaciona inteiramente com o atual momento de escândalos, acusações e campanha dos candidatos à presidência: “publicidade eleitoral x publicidade governamental”. Os debatedores são os professores Jacques Mick e o convidado da Universidade Estácio de Sá (Rio de Janeiro) Fabro Steibel.

O professor Jaques Mick tratará da complexa relação entre o poder público e as agências de publicidade (e serviços privados em geral) que ganhou notoriedade com o escândalo do mensalão. A idéia é “problematizar as relações entre os setores público e privado e demonstrar que as dificuldades e falhas inerentes aos processos que envolvem governo e agências privadas são os mesmos, muitas vezes, que envolvem empresas e agências”. Além disso, pretende demonstrar que a transparência dos processos de licitação e de contratos entre setor público e privado tem aumentado nos últimos anos, apesar do tamanho dos escândalos recentes.

“Se você não conhece as regras do jogo, o jogo acaba te engolindo”. Essa é a afirmação que embasa a fala do debatedor convidado, Fabro Steibel, e a partir da qual ele pretende expor a lógica de estrutura política e, principalmente, das campanhas de marketing dos candidatos. “Só entendendo como funciona a política que é possível evitar que um Collor se reeleja, por exemplo, ou que um Lula, ou qualquer outro, seja eleito sem maioria no Congresso”, afirma Fabro, que é mestre em comunicação social pela Universidade Federal Fluminense e dá aulas de publicidade há três anos.

Fabro exibirá um DVD com trechos das campanhas para a presidência de 1989, 1994, 1998 e 2002, nas quais ele identifica as estratégias de campanha dos candidatos, os processos de construção de mito (Collor, o caçador de marajás) e a influência do marqueteiro político nas eleições. No entanto, ele defende que nem só de propaganda vive a política e que “é responsabilidade dos futuros publicitários” diferenciar o que é marketing e do que é política, para assim “compreender o sistema de marketing eleitoral”.

NASCE CAPÍTULO DE LIVRO

O tema proposto para o debate de hoje entrará como primeiro capítulo do livro que Fabro lançará em 2007, ainda sem editora definida. “Feios, sujos e malvados” é resultado da pesquisa de mestrado desenvolvida por ele sobre a chamada “campanha negativa”, que consiste no banho de acusações e ataques entre os candidatos, em época de campanha, que acaba substituindo a exposição de propostas de governo. O livro é destinado a publicitários, jornalistas, marqueteiros e a todos que pretendem avaliar de forma reflexiva essa faceta do marketing político. Além disso, o autor salienta a importante atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesse jogo de brigas e acusações que as campanhas apresentam.

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