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Matéria 2469, publicada em 23/08/2006.


:Marcello Maia

Acadêmica conviveu entre os kalungas

Estudo antropológico foi indicado para publicação

Roelton Maciel


Há dois anos, quando conferia um caderno turístico da Folha de São Paulo, a estudante de jornalismo Karine Kavilhuka encontrou naquelas linhas seu futuro objeto de estudo. A reportagem tratava da comunidade Engenho 2, povoada por descendentes de escravos recém-descobertos, conhecidos como kalungas.

Atraída pela matéria, Karine, então no 4º período, deu início a uma série de pesquisas sobre o povoado. O repentino interesse acompanhou a acadêmica até o primeiro semestre de 2005, quando, orientada por Felipe Soares, enfocou a comunidade como tema de sua monografia. Para realizar a pesquisa de campo, a jovem percorreu cerca de 1.800 quilômetros, desembarcando no município de Cavalcante, situado ao norte de Goiás. O contato com os kalungas durou apenas dois dias, mas o período foi suficiente para enriquecer o trabalho e mudar seus conceitos. "Fui para o campo com muitas hipóteses e, para minha surpresa, derrubei todas elas", revela.

A aventura de Karine e os kalungas teve desfecho no último sábado, 19 de agosto, com direito a final feliz. Dez pessoas, incluindo a banca, testemunharam a aprovação da monografia, intitulada "Kalunga: outro paradoxo". Os argüidores Álvaro Dias e Jacques Mick atribuíram nota 9,0 ao trabalho. Para Jacques, a estudante fez boa articulação entre a base teórica, o objeto de estudo e as entrevistas, alcançando "conclusões coerentes". O avaliador também sugeriu à formanda a publicação de um artigo, que poderá ser utilizado em uma revista científica.

Karine agora deve seguir o conselho da banca e aprofundar a investigação em futuras pesquisas, de forma a aprimorar seu trabalho. Ela pretende dar seqüência aos estudos fazendo mestrado em antropologia.

Monografias encerram com 100% de aprovação

O ciclo de defesa das monografias está encerrado. Entre os dias 8 e 19 de agosto, 11 trabalhos foram apresentados por estudantes de publicidade e jornalismo, com 100% de aprovação. A média geral foi 8,6. Orientada por Felipe Soares, que acompanhou outros dois acadêmicos, Betina Weber foi responsável pelo maior público e obteve o único 10, quando apresentou “Morri”.

Apenas duas monografias, defendidas por alunos de publicidade, foram avaliadas com notas abaixo de oito. Do total, três trabalhos de conclusão não atingiram a nota mínima necessária para estar à disposição na biblioteca (8,5), enquanto quatro alcançaram o limite exato. Uma única monografia obteve 9,5, e outras duas obtiveram 9,0.

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