Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 2052, publicada em 26/04/2006.


:Erivellto Amaranth

Cabos desconectados do switch impedem acesso às pastas de trabalho

Sem rede, repórter "passeia" pelo campus

Lucas Balduino


Dia sem rede na Revi é dia em que o teclado do computador cede lugar ao bloco de notas e à caneta, as cadeiras aos calçados e o ar-condicionado perde sua utilidade diante dos ares da estação. É nesses dias que se percebe o quão grande é o leque de assuntos que a simples observação do campus proporciona. Nesses dias percebemos que a chuva púrpura, que tingia o pátio do Ielusc de violeta, está sumindo. O roxo está cedendo seu lugar ao céu azul de abril. O número de frutas de jambolão pelo pátio é tão ínfimo quanto o de nuvens no céu. E quando elas existem, se existem, são tão insossas que criança alguma poderia imaginar forma nenhuma.

Dia sem rede na Revi é dia em que se pode observar a mini-horta existente atrás do Bloco C (no corredor ao lado da reprografia). São mais de 40 pés de cebolinha e uma outra verdura, semelhante a uma couve. Também dá para ver a quantidade de microscópios que existem no laboratório de biologia — são mais de 10 — e o número de alunos que às 17h50 de uma quarta-feira, sem rede na Revi, estudam nesse laboratório (havia uma única pessoa). É nesses dias que a “Tia” Cida, a simpática senhora da cantina, sai pela porta dos fundos da cantina, usando a touca branca de cozinheira, para mostrar, com orgulho, sua própria horta. Ela planta cebolinha-verde (aos pares), pimenta (que brotam pelos pés), batatas (que por algum motivo não vingam) e mamão (que a Tia Cida irá arrancar).

Dia sem rede na Revi é dia em que Thiago Vedana, o analista de suporte do Bom Jesus, tem que passar a tarde no Laboratório IV, sede da Revi, para arrumar o sistema. Em que Sílvio Melatti, um dos coordenadores da revista digital, cede seu assento ao analista de suporte e abanca-se numa cadeira no centro da sala e passa a ler um livro chamado “Repórteres”. Dia de Imara Stallbaum, outra coordenadora, se obrigar a sair do laboratório e se abrigar em uma sala em que a rede funcione.

O sistema foi restabelecido às 17h30, após quatro horas de trabalho de dois técnicos do suporte. A causa não se sabe, mas a conseqüência foi o quase-dia perdido de trabalho. Os bolsistas não puderam acessar os seus arquivos, os coordenadores não puderam atualizar o site e as pautas cederam seu lugar à leitura e à observação. Deixar a Revi sem rede é, como diria Gay Talese, deixar Ferrari sem combustível, Picasso sem pintura, Sinatra sem sua voz, só que pior.


Na tarde do dia 26 de abril, o laboratório-sede da Revi ficou fora do ar das 13h30 às 17h30.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.