O terceiro dia de congresso foi reservado para as oficinas e minicursos que estavam previstos para o dia anterior. Ao todo, 26 oficinas e 29 minicursos preencheram a tarde desta sexta-feira (7 de abril) nos colégios Germano Timm, Bom Jesus/Ielusc e Objetivo. Com tantas opções, uma chamava a atenção dos estudantes de jornalismo: “Elaboração de Jornal Ambiental”. A oficina foi ministrada por dois jovens estudantes de engenharia ambiental, Grazieli Limoni e Máximo Eleotério Martins, ambos de Ouro Preto, Minas Gerais.
O jornal ambiental proposto pelos dois tem linguagem simples para que possa ser absorvido pelos seus leitores. “Não adianta nada escrever de uma maneira que a população não compreenda”, diz Máximo. Para ele, a comunicação é o mais importante, já que se trata de conscientizar a população.
Ao se apresentarem, os 28 participantes da oficina deram uma idéia da dimensão do encontro: havia gente do Rio Grande do Sul, Blumenau, Itajaí, Curitiba, São José dos Campos, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Manaus, Porto Velho, Amazônia, entre outros. As áreas de atuação também eram as mais variadas: biologia, letras, jornalismo, engenharia ambiental, engenharia sanitária, educação ambiental, ciências sociais. Relacionadas ou não, todas essas áreas e todas essas diferentes naturalidades estavam unidas a fim de comunicar de maneira simples a importância de economizar os recursos naturais.
O V Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental tem como tema a “A contribuição da Educação Ambiental para a sustentabilidade planetária”. No caso do jornal ambiental, a adoção de textos fáceis para crianças, jovens e adultos contribui para o entendimento das necessidades do ecossistema, dizem os estudantes de Ouro Preto.
Produtores agrícolas beneficiados com inclusão
A unidade da Uergs (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), na cidade de Encantado, foi criada para atender a população daquela região. Nesse município, a maioria é produtor rural. A intenção dos professores dessa unidade era criar um projeto para incluir os produtores rurais para o meio digital. São grupos que vão à universidade e passam por processo de inclusão.
Construindo projetos de aprendizagem e identificando uma rede digital de Educação Ambiental, foi o tema de uma das oficinas no terceiro dia do V Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental. A coordenadora da unidade em Encantado, Mauren Porciúncula Moreira da Silva, que desenvolve o projeto na universidade, ministrou a oficina. Ela explica que, ao trabalhar com o projeto de aprendizagem em uma rede digital, os produtores descobrem conceitos de educação ambiental. Hoje, a partir dessa percepção, ela e mais 14 professores da universidade trabalham em cima do projeto, alcançando bons resultados e estudos avançados em meio ambiente.
A metodologia é diferenciada. No começo, os professores não sabiam como dar início ao projeto. Então, no primeiro dia de aula, eles desmontaram um computador para mostrar aos alunos que não é um bicho-de-sete-cabeças. “Eles precisam perder o medo da tecnologia”, explica Mauren.
A conclusão para a coordenadora é satisfatória. “Nós mexemos com a sensibilidade de cada produtor, desenvolvendo o conhecimento que ele já possui”, conta. Os agricultores têm aulas toda semana e realizam pesquisas de interesse próprio. Utilizam a informática para as buscas e fazem a troca com os outros. “Hoje já podemos perceber os reflexos que a tecnologia provoca nos produtores agrícolas”, finaliza Mauren.