No painel "Experiências de Turismo Rural e Organização Comunitária", na tarde do primeiro dia da 2ª Jornada Catarinense de Turismo Rural (10/9), não faltaram histórias bem sucedidas de pequenos agricultores.
O projeto Formação de Parcerias e Gestão de Renda nas Comunidades Rurais de Lontras (cidade do Vale do Itajaí) abriu os depoimentos. O coordenador e engenheiro agrônomo Roberto Ferrari, contou que o projeto tem como base a participação comunitária através de uma rede de associações e a educação como eixo central para a mudança do país.
Segundo Ferrari, os objetivos são recuperar a auto-estima do agricultor e conter o processo de empobrecimento e marginalização. A melhoraria da qualidade de vida, a organização como forma de desenvolvimento local e a promoção da parceria entre o poder público e a sociedade organizada, são outras de suas metas.
A iniciativa surgiu em 1997 e desde essa data, tem alcançado bons resultados, como por exemplo, a profissionalização e educação dos agricultores, a construção da Casa do Mel e da Cera e a estação de alevinos, que garantiu a auto-suficiência da produção. A revitalização da bovinocultura, o programa de beneficiamento da produção, a Casa Colonial e o modelo de descentralização das decisões foram outras conquistas citadas pelo coordenador do projeto.
Quanto ao reconhecimento da iniciativa, Ferrari menciona o Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local (2001), 7º Ciclo de Premiação Gestão Pública e Cidadania (2002) e o Dubai – Melhores Práticas em Desenvolvimento Local.
Difícil acesso à terra – A apresentação da Associação Casa Familiar Rural, de São José do Cerrito (cidade do Planalto Serrano), ficou por conta da aluna do 3º ano Dilvane Proenço Camargo. A instituição é pioneira em agroecologia e produz o feijão agroecológico, que chega a custar 60% menos que o convencional.
Entre as dificuldades encontradas pela associação, criada em 1997, estão a deficiência da telefonia, a má conservação das estradas, a falta de apoio para o jovem, o difícil acesso à terra e a falta de organização e formação de agricultores.
Paulo Roberto Munarini, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e membro dos núcleos de Agroecologia e de Agroturismo de Chapecó, Oeste de Santa Catarina, apresentou o roteiro de Turismo Rural da cidade.
Mesmo com problemas como falta de saneamento básico, organização e a pouca divulgação do turismo rural na região, o Programa Municipal de Agroturismo de Chapecó conquistou resultados significativos. Como exemplo, uma nova alternativa de trabalho e renda para os pequenos agricultores, possibilidade de lazer para a população urbana, e o intercâmbio dos diferentes municípios da região.
A Associação dos Produtores Rurais, Pesqueiros e Artesanais de Itapema, Litoral Norte catarinense, foi representada pela presidente Anita Sasse, e pela extensionista da Epagri Maria de Fátima Stippe. Segundo elas, a iniciativa busca sempre os interesses dos pequenos produtores e, mesmo com todas as dificuldades, estão sempre presentes em discussões, buscando novas informações para melhorar a condição de vidas dos associados.
As empreendedoras rurais Cristiana Fachinetto e Edel Schneider, representaram a Associação de Agroturismo Vale do Rio Uruguai, de Palmitos, Oeste de Santa Catarina. Elas explicaram que a base de renda da região é a agricultura familiar.
Também esteve presente no evento Sebastião Piccoli, que representou a Associação Videirense de Turismo Rural e apresentou as principais atrações da cidade e região.