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Matéria 9802, publicada em 21/06/2010.


Exercícios alternativos colaboram com saúde física e mental

Emanoele Girardi



Qualidade de vida é um termo muito utilizado, embora pouco entendido. Além de cuidados com o corpo, a expressão refere-se a cuidar da mente e dos fatores externos, como do meio ambiente. Algumas atividades bastantes difundidas atualmente podem aliar esses aspectos, como a yoga, pilates e a dança. Mais que exercícios físicos, essas são formas de entretenimento.

Kamila da Maia sempre gostou de dançar. Ela tinha apenas seis anos quando, influenciada pelas amigas, resolveu começar. Durante os sete anos de aulas aprendeu balé, dança contemporânea, dança de rua, jazz, frevo, samba, dança tradicional alemã e italiana, entre outros estilos.

Os benefícios foram facilmente percebidos por ela. A dança ajuda na evolução do corpo, a pessoa ganha massa muscular, fortalece os ossos e melhora a respiração. “Você acaba se sintonizando com seu corpo, ganha flexibilidade, agilidade, coordenação motora, arruma a postura e, ainda por cima, purifica a mente”, afirma Kamila.

Há oito anos Bruno Henrique Baumrucker treina a típica dança alemã. Interessou-se quando foi convidado pelos primos a assistir uma apresentação infantil. Aos 20 anos ele coordena o grupo juvenil – que ajudou a fundar – e dança pelo adulto, onde o irmão mais velho dá aulas, todos os domingos.



Ele conta que sempre praticou atividades físicas e hoje, além de dançar, faz aulas de circo duas vezes por semana. “A dança é uma boa distração, ajuda o corpo e a mente, ainda mais aos domingos, quando não há muito que fazer.” O grupo também viaja para apresentar coreografias e participar de competições.

Melhor idade

Toda a quinta e sexta-feira, além dos domingos que não recebem visitas, o casal Andiária da Costa Dalprá, 67 anos, e Silvestre Kuhnen, 71 anos, saem para dançar. O transporte coletivo é seu meio de condução, já que não precisam pagar passagem. A rotina colabora com a saúde dos dois: eles caminham todos os dias, dançam três vezes por semana e cuidam da mente no grupo de idosos que frequentam às terças e sextas-feiras.

Recentemente, estiveram no médico que lhes aconselhou a continuar caminhando e dançando. Para Silvestre, o exercício auxilia no problema que tem no joelho. Já Andiária conta que o hábito é uma ótima ginástica.

Silvestre começou a dançar após o fim do primeiro casamento, há 18 anos. Saía com um amigo quatro vezes por semana para se divertir. Andiária, por sua vez, começou a sair para os salões há dez anos. Ambos concordam que é uma forma de criar amizades e de se entreter. “Algumas vezes saímos de casa com dor de cabeça, mas chegando lá, passa tudo porque nos distraímos”, comenta ela.

Há três anos o casal participa do grupo de idosos, com 148 integrantes. Só podem frequentá-lo pessoas acima de 60 anos. O clube colabora com a saúde física, nos bailes de sexta-feira, e com a saúde menta onde são realizados campeonatos de canastra, dominó e sinuca, bingo, e organizadas viagens. Andiária e Silvestre pagam apenas R$ 4,00 de mensalidade e participam de todas as atividades sem custos extras.

Arte de alongar

Sem contra-indicações, o pilates é um exercício que se adequa a qualquer pessoa e em qualquer idade. Segundo o fisioterapeuta Júlio Trindade, o estabelecimento em que trabalha já recebeu alunos de oito a 68 anos.

A atividade trata o corpo como um todo, por isso, não há como eleger apenas um benefício. Entretanto, Júlio ressalta que os cuidados com a saúde vêm em primeiro lugar e a estética é consequência. “As pessoas veem a Luiza Brunet, a Madonna falando sobre pilates e querem ter o corpo que elas têm, depois entendem que a prática é voltada para a saúde”, conta. “Não adianta cuidar do corpo por fora e não ser saudável por dentro.”

O alongamento é parte importante do pilates e sua prática colabora com a postura, o sistema respiratório, o condicionamento físico, entre outros aspectos.



Apesar dos ganhos, o fisioterapeuta não descarta a prática de outra atividade física. O pilates não precisa ser feito com tanta frequência quanto a musculação, por exemplo, já que, no primeiro, os exercícios são todos feitos em uma aula, e o segundo, geralmente, é feito por séries de exercícios direcionados para partes específicas do corpo. “Um complementa o outro”, afirma.

Corpo e mente

Convidado por um amigo, o consultor em lean Alexandre Henrique Luz começou a praticar yoga em 2008. Ele buscava uma atividade física que auxiliasse na flexibilidade, no equilíbrio e no controle. Encontrou mais que isso. A prática lhe atribuiu maior disposição, equilíbrio, força e resistência. “Você consegue se conhecer melhor, conhecer seu corpo”, comenta.

Além das mudanças no corpo, Alexandre repensou alguns hábitos. Passou a comer menos carne e beber menos álcool. “Sinto muito mais o "impacto" que esse tipo de alimento faz no meu organismo.”

Para o consultor, um dos melhores aspectos da prática que escolheu foi fazer amizade com pessoas que também buscam hábitos mais saudáveis. Ele já praticou natação e, no momento, faz aulas de dança de salão.

Relação com a natureza

Ficar em contato com a natureza e consigo mesmo é o objetivo principal do projeto Yoga no Parque. Todos os domingos que não amanhecem com chuva as pessoas se encontram para praticar yoga no zoobotânico de Joinville, às 9 horas.

Qualquer um pode participar, basta querer. O projeto, que existe desde 2009, é uma atividade física, mas principalmente, mental. Ensina a relacionar-se melhor com o próprio corpo e também com a natureza.

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