Revi Bom Jesus/Ielusc

>>  Joinville - Sábado, 14 de dezembro de 2024 - 18h12min   <<


chamadas

Matéria 9656, publicada em 16/05/2010.


:Jéssica Michels

Na oficina, Borges de Garuva falou sobre a dança ao longo da história

Alunos de Jornalismo farão cobertura da Mostra de Dança

Emanoele Girardi



Para acrescentar mais um parágrafo na história das artes da cidade, a Fundação Cultural, a prefeitura municipal e o Instituto Festival de Dança realizam, em colaboração com os artistas da área, a primeira Mostra de Dança de Joinville. A iniciativa consiste em oferecer sete espetáculos de grupos e companhias de dança locais nas noites de segunda a sexta-feira (17 a 21 de maio), seguidas de debates com críticos e pesquisadores da dança no dia posterior às apresentações. A organização da mostra propôs ao curso de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc que fizesse, com seus alunos, a cobertura e a avaliação desses espetáculo, a exemplo do que já havia sido feito na mostra de teatro Cena 3, em 2006. Os estudantes voluntários produzirão textos e fotografias para publicação em painéis colocados no teatro Juarez Machado, no hall do Ielusc, no Flickr e no site Cidade da Dança.

Duas oficinas foram oferecidas aos alunos participantes como preparação para a cobertura e como introdução ao mundo da dança. A primeira delas aconteceu na tarde de sábado (15 de maio), reunindo 17 estudantes do primeiro, terceiro, quinto e sétimo períodos do curso para palestras com Borges de Garuva (escritor, ator e diretor), com Caroline Liza Schultz (atriz, bailarina e produtora cultural) e com Gleber Pieniz (professor do Ielusc, coordenador da Revi e da cobertura da mostra).

Borges cumpriu a tarefa de introduzir conceitos sobre arte, dança, cultura e seus processos de transformação no compasso da evolução do ser humano, enfatizando os aspectos históricos que estão por trás de cada manifestação da dança. Além disso, chamou atenção sobre o grande desafio de escrever sobre os espetáculos: deve-se, diz o diretor, tentar ler além dos componentes e das aparências, enxergar a alma da dança.

O primeiro Festival de Dança de Joinville foi em 1983 e, desde então, o assunto dança, na cidade, parece ter ficado restrito a esse concurso anual. A proposta da fala de Caroline Liza foi a de desvincular a produção artística local dessa imagem e resgatar um pouco da história da dança em Joinville. Entretanto, a atriz descobriu que existem poucos e dispersos registros sobre dança na cidade anteriores ao festival, e muito do que se sabe ainda está na memória das pessoas que viveram e atuaram na época. Mesmo assim, Caroline reafirmou que a dança clássica foi o primeiro gênero ensinado regularmente na cidade, a partir da década de 60. As aulas aconteciam na Sociedade Harmonia Lyra e eram privilégio da elite local. Em 1970, inaugurou-se a Casa da Cultura e, com ela, começaram a surgir novas escolas e academias de dança.


Caroline (foto, acima) ressaltou que a iniciativa de realizar essa primeira mostra é um grande desafio para os bailarinos, pois na mesma semana acontece a seletiva local para o Festival de Dança. Os grupos e artistas estão muito ocupados com os ensaios de coreografias e, por isso, pouco poderão assistir aos espetáculos de segunda a sexta-feira.

A última atividade da oficina, ministrada pelo professor Gleber, tinha como objetivo mostrar o que poderia ser analisado nas apresentações e como fazê-lo de forma jornalística. Para isso, Gleber falou da dança como linguagem artística, utilizando conceitos das disciplinas de Semiótica e Estética para ressaltar aspectos concretos e abstratos dos espetáculos. Também se dedicou a esclarecer a diferença entre a resenha jornalística e o texto de crítica de arte, enfatizando as possibilidades e as limitações que um grupo de estudantes poderia encontrar em função da própria familiaridade com a dança, do tempo e do espaço disponíveis para redigir e publicar seus textos.

Por volta das 17 horas, a oficina encerrou-se com a divisão dos alunos voluntários em grupos e a organização de uma escala para a cobertura do evento. A próxima oficina de preparação acontece na terça-feira (18 de maio), às 13 horas, no auditório do Instituto Festival de Dança, com a palestra do professor e pesquisador Giancarlo Martins.

Martins é coordenador do curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná, onde também coordena o Núcleo de Estudos em Dança e organiza a revista eletrônica O mosaico. Foi convidado pela organização da Mostra de Dança de Joinville para avaliar e debater cada espetáculo com a professora e coreógrafa Bia Mattar – nome de projeção internacional no sapateado, proprietária da Garagem da Dança, sede do Grupo Perc Pé de Sapateado, em Florianópolis. Mediados por Borges de Garuva e abertos à comunidade, os debates acontecerão diariamente às 18h30 no auditório do Instituto Festival de Dança, no primeiro piso do Centreventos Cau Hansen.

A programação da primeira Mostra de Dança de Joinville prevê sete espetáculos em cinco noites de apresentações. Confira abaixo:

Segunda-feira (17 de maio):
Do que nós somos feitos?, com o Núcleo Contemporâneo da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
19h30, no Teatro Juarez Machado

Terça-feira (18 de maio):
Amarras, com a AMA Cia. de Dança
19h30, no Teatro Juarez Machado

Quarta-feira (19 de maio):
Por um percurso..., com Essaé Cia. de Dança e Teatro
19h30, na Sala Agripina Vaganova (Escola de Ballet do Teatro Bolshoi no Brasil)
O silêncio da casa, com Cosme Gregory
20h30, no Teatro do Sesc

Quinta-feira (20 de maio):
Auto-retrato, com Erika Rosendo
19h30, no Teatro Juarez Machado

Sexta-feira (21 de maio):
Linhas poéticas, com Cia. de Dança Fernando Lima
19h30, no Teatro Juarez Machado
Compass y arte, com Cia. de Dança Flamenca Compass y Arte
19h30, no Teatro Juarez Machado.

Os ingressos para os espetáculos podem ser adquiridos por R$ 10 nos locais das apresentações ou, antecipados, no Capitão Space (Shopping Mueller e Max Colin) e na Academia de Dança Dois Prá Lá Dois Pra Cá (rua Concórdia, no Saguaçu).

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.