Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 9437, publicada em 05/03/2010.


:Emanoele Girardi

Jouber foi um dos alunos que obteve a maior nota da temporada

A partir da literatura, monografia discute o kitsch

Francine T. Ribeiro



Eram poucos os presentes no anfiteatro do Bom Jesus/Ielusc às 15 horas da quinta-feira (4 de março). Familiares e amigos de Jouber Castro, acadêmico do curso de Jornalismo, prestigiaram a penúltima defesa de monografia da temporada, “Kitsch: insustentável leveza”. Sob orientação de Gleber Pieniz, o estudante obteve nota 9,5. A banca avaliadora foi formada por Taiza Mara Rauen Moraes, professora do curso de Letras da Univille, e o coordenador do curso de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc, Silvio Melatti.

Durante sua apresentação, Jouber afirmou que sua monografia é fruto de uma sequência de dúvidas, já que o momento da história em que vivemos é propício para refletir. O estudante relatou que kitsch foi um conceito desenvolvido no início do século 20, período em que um grande número de homens e mulheres migraram do campo para a cidade. O kitsch, assim, representava a arte facilitada – arte feita para se consumir sem a necessidade de pensar.

Jouber baseou-se nas teorias de Umberto Eco, Abraham Moles e Clement Greenberg, três autores que tiveram as obras analisadas e utilizadas para que, a partir delas, fosse possível abrir um novo conceito para o kitsch. Segundo o acadêmico, o estudo desses autores não se tratava apenas da análise de arte e de cultura de massa mas, sim, de nossa vida. O homem-kitsch, de acordo com a monografia, não questiona, sendo acrítico e permanecendo “em cima do muro”.

O romance A insustentável leveza do ser de Milan Kundera foi tomado como objeto de pesquisa e a personagem Tereza foi analisada em detalhes na monografia de Jouber. Segundo ele, a personagem apresentou pontos com os quais ele se identificou. Ao fim da apresentação, o acadêmico levantou as novas questões desencadeadas e ainda não respondidas pelo trabalho.

Taiza, em suas considerações, classificou como muito positivo um comunicador enxergar na literatura um espaço para reflexões. Para ela, o estudante expôs com clareza seus pensamentos, buscando um novo olhar, e disse que os exemplos usados na pesquisa estavam bem situados. Sílvio Melatti afirmou ler o trabalho de Jouber com entusiasmo, recordando sua trajetória acadêmica. Segundo o professor, Jouber possui domínio da linguagem e da escrita, qualidade percebida tanto em seu diálogo com os autores quanto em sua autonomia na criação do texto. Na opinião de Melatti, por outro lado, as tentativas de filosofar – principalmente na conclusão do trabalho – acabaram resultando no emprego de conceitos que não convenceram.

Após longos minutos de espera, Jouber recebeu o resultado de sua aprovação e o abraço emocionado dos pais e da namorada, Rayana Borba, colega de Jornalismo que também teve sua monografia apresentada e aprovada na temporada.

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