Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 9242, publicada em 04/12/2009.


:Francine Ribeiro

Rivelino teve de resgatar conceitos básicos do cinema

Monografia recebe nota 8,5 ao discutir cinema e autoria

Eduardo R. Schmitz



A análise das duas versões do filme A fantástica fábrica de chocolates rendeu nota 8,5 à monografia intitulada Esta fantástica fábrica de autores do estudante de Publicidade e Propaganda Rivelino Martins Evaristo. A banca foi composta por ex-professores do Bom Jesus/Ielusc que hoje lecionam na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jacques Mick – no departamento de Sociologia – e Luiz Felipe Soares – Cinema e Literatura. A orientação da pesquisa foi da professora Nara Marques Soares. A defesa aconteceu na sala C-22 do Ielusc na tarde de 3 de dezembro.

Rivelino diz que a escolha do tema surgiu do seu interesse por conhecer melhor o cinema. “Quanto mais estudava, mais descobria coisas erradas no trabalho” explicou, revelando o processo de aprendizagem durante a pesquisa. O estudo da monografia baseou-se nas diferentes formas de uma mesma história ser contada, o que justifica a escolha de um filme que ganhou nova versão recentemente. Antes de começar seu trabalho, ele havia assistido apenas à primeira versão de A fantástica fábrica..., mas como ambas as produções têm características adequadas à sua pesquisa, o estudante optou por analisá-las todas. Rivelino não sabe precisar quantas vezes assistiu aos filmes, mas o fazia pelo menos uma vez por semana – fosse somente o áudio ou vídeo.

Para Luiz Felipe, a função do autor foi pouco trabalhada e Rivelino precisa assumir ser um autor. Na avaliação do professor do curso de Cinema, o estudante deixou aparecer muitos sintomas do senso-comum no trabalho: apego a termos técnicos de manuais de cinema, repetição de palavras durante o texto e a idéia predominante de que o contexto determina os fatos. Felipe ressalta a importância de Rivelino tratar o cinema como arte, contudo critica os pontos da pesquisa que falam da intenção do autor, alegando que na arte não há intenção – se houver, acredita, já não é mais arte. Outro elogio de Felipe à monografia foi pela capacidade de interpretação e comparação das cenas.

A arguição de Jacques Mick baseou-se numa breve comparação do trabalho de pesquisa com o recente filme de Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios. Jacques explica que os autores deixam sua marca na obra, como é evidenciado também no caso da segunda versão de A fantástica fábrica de chocolates, dirigida por Tim Burton, tornando certas características aceitáveis pelo público. O principal problema levantado por Jacques são os inúmeros erros decorrentes de falta de revisão de texto, como a pontuação. A avaliação positiva do ex-professor de Jornalismo foi dedicada à paixão pelo cinema que Rivelino deixa transparecer no trabalho e à capacidade de avaliar a segunda versão do filme desprezando a primeira.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.