Com trabalhos de artesanato de 27 países e vários estados brasileiros, encerrou-se no domingo (8 de novembro), em Joinville, a feira Mãos da Terra. A segunda edição do evento internacional e itinerante chegou ao município com a expectativa de aumento em 15% de visitação em comparação com a primeira edição, no ano anterior, porém houve menos público do que o esperado. Em 2008, 70 mil pessoas foram à feira. Os números desta edição estão sendo contabilizados, mas são seguramente menores do que os verificados no ano passado. Os artesãos e empresários apontaram alguns fatores para esta queda, entre eles o esvaziamento da cidade no último feriadão, Dia de Finados. Para a produtora da feira, Karine Romera, o calor também prejudicou o evento que, desde 30 de novembro, permaneceu aberto por sete horas diárias, das 15 às 22 horas.
O Expocentro Edmundo Dobrawa recebeu a feira e ficou mais colorido nos últimos dez dias, com artigos africanos e asiáticos decorando o local. Roupas, calçados, bolsas, enfeites e utilidades domésticas estavam distribuídas nas alas A, B, C, D e E para facilitar a localização aos visitantes. Bandeiras e placas penduradas nas divisórias dos estandes identificavam as origens dos expositores. No estacionamento, era possível ver nos automóveis placas de Goiás, Pernambuco, Paraíba e Tocantins – dentre estados longínquos – mas também do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Segundo o artesão Jean Silveira, de 31 anos, a segunda edição da feira estava mais bonita que a anterior, mas o movimento estava fraco neste ano. Em um dos estandes mantidos por joinvilenses, Silveira expôs bijuterias, bonecas de pano, artigos em madeira e enfeites natalinos confeccionados com os artesãos do projeto Economia Solidária. Apesar da variedade, o grupo apoiado pela Fundação Cultural e pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Joinville vendeu menos nesta edição.
Entre inúmeros trabalhos de artesanato (acima, na foto) encontravam-se casacos com lã de lhama, porcelanas palestinas e licores paulistas, relógios de Tocantins e chapéus panamá, trajes da Índia e lençóis equatorianos – diferenças continentais em uma mesma galeria. A lista de produtos é extensa e, apesar das baixas vendas, os visitantes passavam horas nos corredores para olhar os materiais expostos.
Antes de comercializar os trabalhos, a bolseira Maria Duarte, de 53 anos, começou a fazer artesanato como terapia. Ela encontrou na atividade uma forma de renda e, atualmente, ensina o ofício e exporta seus produtos. Esta foi a primeira participação da artesã na feira Mãos da Terra. Segundo Maria, falta música ao vivo e boa gastronomia para atrair mais público.
Encerrada, a feira de artesanato Mãos da Terra sai de Joinville com destino certo: Blumenau sediará o evento em janeiro, no Parque Vila Germânica, entre os dias 14 a 24. No mês de abril, chega a Caxias do Sul e expõe para os gaúchos entre os dias 16 e 25, no Centro de Eventos Festa da Uva.