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Matéria 9138, publicada em 09/11/2009.


:Mayara Silva

No alto do morro, prédio do museu é pouco visitado e precisa de reformas

Aos poucos, Museu Fritz Alt sofre revitalização

Mayara Silva



Há oito anos não se registra restauro ou reforma no Museu Casa Fritz Alt, em Joinville. Sob nova administração geral desde o início do ano e dirigido desde fevereiro pela artista plástica Linda Poll, no entanto, o museu tem sofrido mudanças tanto na parte externa, em seu entorno, quanto na parte estrutural, comprometida pelo tempo. Linda afirma que quando chegou ao museu, encontrou-o tomado pelo matagal e com sua ladeira de acesso coberta de lama, o que poderia trazer perigo aos visitantes. “Quando chovia, alagava toda essa parte externa porque quase não tinha mais brita”, acrescenta.

A restauração do museu é um projeto da Fundação Cultural de Joinville (FCJ) para recuperar a edificação que o abriga no alto do morro na rua Aubé, no bairro Boa Vista. Os trabalhos mais recentes tiveram início em setembro, com a troca de alguns tacos soltos do piso, e continuaram com o barroteamento para nivelar o chão que estava torto na sala que, por enquanto, funciona como auditório. A implantação de um novo espaço para palestras e conferências também faz parte das obras, bem como a definição de um espaço para a biblioteca e para a reserva técnica. Como forma de compensar o lento andamento dos trabalhos, os próprios funcionários se uniram num mutirão e pintaram três salas do museu. Linda explica, por outro lado, que o investimento não se restringe ao espaço físico e prevê também ações de curadoria. Combinada à presença de uma reserva técnica – presente em todos os museus – a curadoria fará a identificação e a organização de todas as peças do acervo, permitindo que algumas obras sejam recolhidas enquanto outras serão combinadas em exposições temáticas pelo menos duas vezes ao ano. Atualmente, todo o acervo do museu está exposto.

Mestranda em Patrimônio e Sociedade, a acadêmica Rúbia Stein do Nascimento, de Curitiba, escolheu o Museu Casa Fritz Alt como objeto de sua pesquisa e tem dedicado parte do seu tempo às atividades da instituição. Ela promoverá no dia 26 de novembro o 1º Colóquio Casa Fritz Alt, evento que pretende conversar abertamente com a comunidade sobre o artista e suas obras, envolver pessoas que o conheceram e até resgatar fatos e informações desconhecidas. O objetivo desse colóquio é criar uma associação de amigos e reunir interessados em colaborar financeiramente com o museu. “Queremos adquirir recursos sem precisar toda hora recorrer ao institucional”, diz a diretora.

O Museu Casa Fritz Alt foi inaugurado no dia 9 de março de 1975, tendo como sede aquela que fora a residência do artista, construída em 1946 em parceria com o arquiteto Paul Helmuth Keller. O acervo do museu possui peças em bronze e gesso de diversos tamanhos. O Fritz Alt é, talvez, o menos conhecido e visitado museu da cidade. Para Linda, isso se deve ao descaso com a manutenção física do próprio prédio. “O fato de ele ter ficado tanto tempo necessitando dessa reforma afastou as pessoas daqui”, resume.

A diretora acredita que a divulgação da casa poderia ser auxiliada por projetos como o “Pedale com Fritz Alt”, que ocorreu em maio e percorreu, de bicicleta, um roteiro com as obras e os monumentos históricos do artista distribuídos pela cidade. Com o aniversário de 35 anos do museu sendo comemorado em 2010, os planos de Linda incluem retomar esse projeto e, para chamar a atenção da comunidade, colocar em andamento o “Percurso das Esculturas” e o “Múltiplos Olhares”, programas que devem fazer itinerância nas escolas com ajuda de material audiovisual e palestras técnicas.

Linda acredita que a adesão de Joinville ao Plano de Ação para as Cidades Históricas (PAC) do governo federal dará mais agilidade ao encaminhamento das obras e dos projetos. “É importante Joinville ser contemplado, porque isso trará recursos não só para nós do museu, mas para a cidade inteira”, explica. Há mais 23 projetos encaminhados à FCJ oriundos do Museu Fritz Alt, entre eles vários estudos para restauro das obras públicas expostas ao ar livre como o Monumento aos imigrantes (na Praça da Bandeira) e o Busto de Dona Francisca (na rua das Palmeiras). Ainda há um projeto voltado à acessibilidade e outro para a realização do Encontro de Escultores.

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