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Matéria 9021, publicada em 09/10/2009.


:Arquivo Liga Joinvilense de Futebol

A Liga Joinvilense quer incentivar as categorias juvenis

Futebol amador joinvilense cresce e cria novos projetos

Ludimila Castro



Criação da série D, jogos para deficientes físicos e apoio às categorias juvenis são alguns dos projetos da Liga Joinvilense de Futebol. Completados os 74 anos, a Liga busca a implantação de novos projetos para desenvolver o esporte no município. Ela foi a primeira associação de futebol amador em Santa Catarina e, atualmente, organiza sete competições anuais em categorias do sub-11 ao adulto.

Em 2007, com o desenvolvimento do futebol amador, outros times filiaram-se à Liga e surgiu a terceira divisão do campeonato municipal, como outros 14 times. Atualmente, são 10 equipes na série A e 12 na série B. O torneio da Terceirona consolidou-se e outra edição está em andamento. Entre vitórias, empates e derrotas, o campeonato, que começou em junho, caminha para o final. Os times estão divididos em duas chaves e seguem na competição, que conta com cinco etapas. Caso incluam a série D, os dois últimos colocados na classificação geral serão rebaixados. Do mesmo modo, os vencedores da terceira divisão competem na Segundona, no ano seguinte.

O meia de campo William Pedroso de Almeida, 19 anos, começou a competir nos torneios juniores há dois anos. Agora, ele disputa a Terceirona com o time da Assessoritec – sua escola, seu trabalho e seu clube de futebol. “Através do futebol consegui os cursos e também trabalhar na empresa”, afirmou. Com outros 24 atletas, o time está participando do campeonato municipal e da Taça Minerasil. O clube não realiza treinos, mas fora dos campeonatos participa de jogos amistosos.

Para incentivar as categorias de base, a Liga criou o Crac (Caráter, Respeito, Amizade e Cidadania). O projeto tem nome de “bom jogador” e, assim como a sigla, pretende aliar esporte e educação, integrando crianças e adolescentes. Entre os objetivos, está o acompanhamento da frequência escolar dos jovens atletas e a participação das escolas de futebol nos campeonatos juvenis.

Conforme o Crac, o pagamento da arbitragem para as categorias juvenis, infantis e especiais seria efetuado com recursos municipais e estaduais, incluindo a realização de jogos com deficientes físicos e de “necessidades especiais”. Gincanas esportivas e educativas estão programadas para atletas de 10 a 17 anos. A implantação do projeto envolveria 1.200 pessoas, sendo que mil tem menos de 17 anos. Para o diretor-administrativo da Liga, Edgar Moretti, o que falta para melhorar o esporte amador é o poder público incentivar as categorias de base. “A evolução não é só no futebol, mas na sociedade”, enfatizou.

Esta proposta será encaminhada à Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville até dia 31 de outubro e, se aprovada, contará com subsídios do governo municipal e estadual para o futebol amador. Em contrapartida, a liga arrecadará alimentos, agasalhos e outros donativos para a comunidade.

Arbitragem

Para o preparador físico Dirceu Carvalho, 51 anos, a maior dificuldade para os árbitros é a falta de segurança nos estádios. Ele trabalha nos fins de semana como assistente de arbitragem e já foi agredido com tapas e pedradas pelos jogadores e torcedores. “Se errar, os 'caras' já estão em cima”, afirmou. Outros auxiliares já desistiram da função por medo. Segundo Carvalho, os policiais cobram R$ 50,00 para fazer a segurança nos campos. Esse custo é pago pelo time que recebe o adversário. Para se filiar à Liga, o time deve ter um campo próprio ou alugado para os jogos, competitivos ou amistosos. “O melhor futebol amador está em Joinville”, concluiu. Carvalho destaca que os times da primeira divisão são “semi-profissionais”. Os atletas estão vindo para os times amadores do município. Um exemplo é a Associação Atlética Serrana. Por falta de pagamento, os jogadores abandonaram os clubes e ingressaram na categoria amadora, que paga em dia e permite que os atletas trabalhem durante a semana e joguem de sábado a domingo. “[Os profissionais] preferem jogar no amador do que na segunda divisão estadual”, completou Carvalho.

Um pouco da história

Depois de um torneio realizado no campo do Cruzeiro Joinvilense, Alfredo Gresser convidou alguns presidentes de clubes e propôs uma outra reunião para fundação da Liga Joinvilense. Foi em 8 de agosto de 1935, na sede do América Futebol Clube, que a diretoria entrava em campo – com o nome de Associação Catarinense de Desportos (ACD).

O primeiro presidente foi o próprio Alfredo Gresser, que permaneceu no mandato até o ano seguinte, quando foi eleito Joaquim Azevedo; o vice-presidente, Salvador Soares; o secretário geral, Frederico Schwartz; o primeiro secretário Avelino Silva; e o tesoureiro, Wlaislau Wittitz, completando a diretoria. Em 6 de maio de 2003, a entidade foi nomeada filantrópica e de utilidade publica pelo Decreto de Lei 4750.

O torneio inaugural foi disputado em 1º de setembro de 1935,com seis equipes: América, Cruzeiro Joinvilense, Glória, G. E. Joinville, São Luiz e Caxias, o campeão da primeira taça. O primeiro Campeonato de Futebol Amador iniciou apenas em 16 de maio de 1976, com dez equipes: Serbi, J.Junckes, Juventus, Tupy, Sercos, Serrana, América, Krona, Paraíba e Minerasil. Este é praticamente o mesmo grupo que compõe a atual séria A municipal.

Na direção atual está o presidente Laudir Zermiani, no cargo desde 1998 e onde irá permanecer até 2012. O secretário José de Oliveira, mais conhecido como Braga (foto acima), completou 13 anos de Liga. Já entrou em campo como árbitro e, hoje, faz atendimento na sala 302 do Edifício Rudenas, na região central de Joinville.

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