Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 8836, publicada em 04/09/2009.


:Ludimila Castro

Estudantes estão divididos sobre o fim do exame

Fim dos exames melhorou frequência e participação

Ludimila Castro



Depois de um semestre sem exames nos cursos de graduação, os professores do Bom Jesus/Ielusc se adaptaram à determinação institucional. O aumento no número de avaliações foi uma das medidas adotadas para auxiliar os alunos a alcançarem a nota mínima para aprovação, que caiu de 7,0 para 6,0. Em algumas disciplinas a participação e a frequência dos estudantes melhoraram, embora as coordenações dos cursos ainda não saibam precisar se o número de reprovações diminuiu neste período.

O fim do exame incide sobre todos os cursos superiores da instituição, mas a aprovação ou a reprovação sumárias ainda dividem opiniões. Diferente do que acontecia nos semestres anteriores – em que, para ser aprovado nos exames, o aluno precisava dominar 50% do conteúdo – a adoção da média 6,0 para aprovação automática aumentou em 20% o padrão de exigência no aprendizado já no primeiro semestre de 2009.

No curso de Enfermagem, foram seis as reprovações, todas na turma de calouros, nas disciplinas de Sociologia, Saúde coletiva, Filosofia e Bioquímica – quatro das oito matérias oferecidas nesta fase. A coordenadora Beatriz Schumacher destacou a importância de aumentar a quantidade e a variedade das avaliações. Professora nas cadeiras de Administração em Serviços de Enfermagem e Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, ela acredita que o desempenho dos alunos no segundo semestre será melhor, pois já passou o período de adaptação a esse novo sistema.

“Nota é só um valor, um número que não mede o que aprendemos e somos. O que vai restar no fim das contas é a qualidade do profissional, resultado de responsabilidade e amadurecimento”, afirmou a estudante de Enfermagem Priscila Accácio, de 18 anos. Priscila lembra que os alunos devem ter um compromisso com a profissão que pretendem seguir. Ela está no quarto semestre do curso e atingiu as médias para aprovação.

No curso de Nutrição, a mudança da média mínima aumentou o número e o empenho dos acadêmicos nas aulas. Segundo a coordenadora Márcia Schneider, a maioria dos estudantes gostou da mudança. “Nós tivemos dificuldades pois foi o primeiro semestre (sem exame). Os alunos e professores não estavam acostumados”, afirmou. No curso, as disciplinas com maior índice de reprovação são Anatomia e Fisiologia. O professor de Anatomia Antonio Vinícius Soares diz que a extinção do exame foi ruim e que aumentou de três para quatro o número de avaliações no último semestre. “Eu votaria pela permanência do exame. Acho que não foi a melhor escolha. O aluno tinha uma segunda chance”, opina. A estudante de Nutrição Jaciara Alves, de 18 anos, discorda: para ela, a média 6,0 é mais fácil de atingir. Ainda que tenha reprovado em Anatomia, ela prefere o novo método de avaliação.

Para o professor Irton Eberhardt, o fim dos exames foi uma evolução no ensino superior da instituição. Coordenador da Educação Física, ele ensina as matérias de Organização e Gestão de Educação Física na unidade Saguaçu. Nas disciplinas que leciona, os estudantes alcançaram a média. Eberhardt avaliou com provas escritas, participação em eventos, apresentação de trabalhos e exercícios. O curso superior de Educação Física é oferecido há oito anos, e no início de 2009 também extinguiu os exames. A caloura Graziella Dias, de 19 anos, concorda com o aumento no número de avaliações. “Com mais notas há mais chances de recuperar”.

Na cidade, outras instituições de ensino superior mantêm os exames finais. Cada faculdade adota um método de avaliação conforme seu regimento interno. Na Univille e na Faculdade Cenecista de Joinville, por exemplo, o aproveitamento deve ser de 70% em cada matéria para a aprovação automática. Os resultados são semestrais e anuais, dependendo do curso.

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