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Matéria 8822, publicada em 01/09/2009.


:Emanoele Girardi

Além do teatro, Sesc inaugurou sua galeria de artes visuais

Sesc investe na gratuidade para formar público de arte

Emanoele Girardi e Francine T. Ribeiro



Os 150 lugares disponíveis não foram suficientes para comportar o público que prestigiou as quatro primeiras noites de atividades no recém-inaugurado teatro do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Joinville. As apresentações iniciais da programação – que começou na sexta-feira (28 de agosto) – superaram as expectativas de público e os ingressos que são distribuídos gratuitamente uma hora antes do início de cada espetáculo, no próprio teatro, foram insuficientes para atender a quantidade de pessoas que procuraram conhecer o novo espaço de cultura da cidade.

O teatro do Sesc foi aberto com o intuito de incentivar a movimentação cultural e dar acesso à comunidade para que realmente aprenda e não apenas assista aos espetáculos. Para isso, o novo espaço de arte e lazer oferece também uma galeria para exposição de pinturas, esculturas e instalações e, desde o dia 26 de agosto, apresenta a mostra Extenuação da pilhagem, entre ganhos e ausências, com a curadoria de Roberto Freitas e obras de artistas veteranos como Franzoi, Tirotti e Ricardo Kolb e de revelações como Patrícia Nermann, Priscila dos Anjos e Gugue. Segundo Maicon Duarte, mediador da galeria, são os novos artistas que dão o tom dessa coletiva: Gugue, por exemplo, utiliza materiais simples para retratar o cotidiano e ainda faz releitura de obras já conhecidas. Franzoi, por outro lado, usa os livros-ponto da antiga cervejaria Antarctica que foram descartados para fazer uma crítica ao abandono de parte da história da cidade. A exposição segue aberta até 29 de setembro.

Em setembro, mantendo o pique da inauguração, as apresentações gratuitas de teatro, música e cinema no novo cine-teatro do Sesc vão acontecer todos os dias. A partir de outubro, a programação se restringe de terça a domingo. A entrada franca é fator decisivo para possibilitar o acesso da comunidade à cultura. Coordenador do setor cultural, João Daniel Zanella explica que mesmo quando os espetáculos não são pagos pelo público, há custos que precisam ser cobertos. A unidade do Sesc de Joinville, nesse caso, subsidia as peças e outras atrações e tem permissão para mantê-las gratuitamente até o fim do ano. Na opinião de Zanella, o que falta para a cultura ser mais valorizada em Joinville é a atenção do público. Ele diz que as pessoas associam a divulgação à televisão, mas há outras formas de se provocar o interesse dos espectadores. “Apesar disso, as pessoas vêm se interessando mais, procurando mais os eventos culturais e isso se pode notar pela sala lotada do teatro”, conclui.

Entre os projetos do Sesc de incentivo à cultura estão o Palco Giratório, o Sonora Brasil e o Em Cena Catarina, que contemplam também artistas catarinenses. O primeiro dá cobertura ao teatro e à dança, possibilitando que diferentes grupos se apresentem por todo o país e interajam com artistas e espectadores de outros estados. A mesma proposta é mantida pelo Sonora Brasil no âmbito da música. O Em Cena Catarina tem princípios parecidos, mas restringe-se apenas à circulação dentro do próprio estado das produções teatrais catarinenses.

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