Após o período de férias e do Festival de Dança, o Clube de Cinema do
Bom Jesus/Ielusc retorna às atividades com o tema Cinco filmes a gosto.
Diferentemente dos últimos ciclos, para o mês de agosto foram escolhidas obras
distintas e que não guardam relação comum com um único assunto, nem com um único
país de origem. Nesse mês, a intenção é exibir filmes que marcaram a história do
cinema em diferentes épocas. As apresentações acontecem no anfiteatro do Ielusc
(unidade Centro), aos sábados, às 19 horas, com entrada franca.
Nesse
sábado (1º de agosto), o clube inicia o ciclo com o filme Ensaio de um
crime, dirigido pelo espanhol Luis Buñuel e lançado em 1954. A obra mescla
suspense e humor negro, retratando a jornada pela mente de Archibaldo de La
Cruz, um homem que se entrega à polícia dizendo ser um assassino serial. Já na
próxima semana, dia 8, o ciclo avança para 1964 e discute o Deserto
vermelho, do diretor italiano Michelangelo Antonioni. O filme conta a
história da dona de casa Giuliana, que sofre com problemas psicológicos. Casada
com Ugo, gerente de uma usina local, ela conhece o engenheiro Zeller, que mudará
sua vida.
O ciclo continua no dia 15 de agosto com o filme
Eraserhead, de 1977, uma das primeiras produções do norte-americano David
Lynch. Em preto e branco, o diretor constroi um mundo estranho, onde o
personagem Henry se vê atormentado pela necessidade constante de atenção ao seu
filho recém-nascido, que na verdade é uma espécie de monstro. Já em Fanny e
Alexander, filme de 1982 dirigido Ingmar Bergman, a viúva Emilie – atriz
principal de uma companhia de teatro da Suécia – se casa com um bispo e passa a
viver com seus dois filhos na casa do religioso, em um cotidiano bem diferente
do que a família conhecia. O filme será apresentado no dia 22 de agosto. No dia
29, a obra que fecha o ciclo do mês é do diretor francês Gaspar Noé. Sozinho
contra todos, de 1998, foca-se sobre um açougueiro violento, que tem ódio de
estrangeiros, homossexuais e também guarda um desejo doentio por sua própria
filha.
Latinoamérica
A Fundação Cultural de Joinville (FCJ)
também explora novo ciclo de cinema nesse mês de agosto: Latinoamérica é
o tema que costura as diferentes produções apresentadas gratuitamente na
Cidadela Cultural Antarctica. Nove filmes de nove diferentes nacionalidades
serão apresentados ao público com a proposta de destacar as riquezas
geográficas, históricas, políticas e sociais da cinematografia
latinoamericana.
Segundo Borges de Garuva, coordenador dos ciclos, o
cinema latino parece mais “estrangeiro” do que o do resto do mundo, embora
possua obras respeitadas e premiadas em festivais de todo o planeta. Antes, o
público regional não tinha acesso a muitas dessas produções, mas atualmente
novas possibilidades estão surgindo através das locadoras que têm se interessado
em disponibilizar esse material, da ampliação do número de salas de cinema e até
mesmo através da programação de ciclos como o da FCJ – alternativas que, apesar
de revelarem a importância dessas obras, ainda não são suficientes para
dar-lhes tratamento adequado, segundo Borges.
As exibições ocorrem sempre
na Cidadela, nas sextas-feiras e sábados, às 19 horas, com entrada franca. Neste
sábado (1° de agosto), o filme Hombre mirando al sudeste abre o ciclo. O
filme fala sobre um homem misterioso chamado Rantes, que surge em um hospital
psiquiátrico e afirma ser um extraterrestre em missão de estudar os humanos e
seu comportamento. Já na sexta-feira seguinte (7 de agosto), Fresa y
Chocolate conta a história de David, um jovem militante comunista que
conhece um professor na universidade em que estuda. Em meio ao regime cubano,
nasce uma amizade entre esses dois personagens que enfrentará todos os
preconceitos da sociedade.
A programação completa do ciclo, que se
estende até dia 28 de agosto, pode ser conferida logo abaixo:
1° de
agosto: Hombre mirando al Sudeste, drama de Eliseo Subiela
(Argentina, 1986);
7 de agosto: Fresa y chocolate, drama
político de Tomás Gutiérrez e Juan Carlos Tabío (Cuba, 1993);
8 de agosto:
Machuca, drama biográfico de Andrés Wood (Chile, 2004);
14 de
agosto: El Rey, drama de José Antonio Dorado (Colômbia,
2004);
15 de agosto: Voces inocentes, drama político de Luis
Mandoki (Porto Rico/México/EUA, 2004);
21 de agosto: Whisky,
comédia de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll (Uruguai, 2004);
22 de agosto:
Hamaca paraguaya, drama de Paz Encina (Paraguai, 2006);
28 de
agosto: Qué tan lejos, drama de Tania Hermina (Equador,
2006);
29 de agosto: El búfalo de la noche, drama de Jorge
Hernandez Aldana (México, 2006).