A Semana da Diversidade Cultural abriu oficialmente em Joinville nesse
domingo (21 de junho). É a primeira vez que a cidade promove o evento, que conta
com ações culturais como palestras, exposições, mostras de vídeos e passeata a
fim de estimular a conscientização para as diversas manifestações da
sexualidade e do gênero. “Sexualidade e Religiões” é o tema da primeira palestra
gratuita que ocorre nessa segunda-feira (22 de junho) no Teatro Juarez Machado,
às 20 horas, e será apresentada pelo padre Alfredo Souza Dorea, de Salvador
(BA).
O jesuíta Dorea é professor de Teologia e Comunicação Pastoral da
Faculdade Arquidiocesana de Feira de Santana, coordenador do Projeto Adolescente
Aprendiz e gerente da instituição beneficente Conceição Macedo. O padre também
foi colonista da G Magazine entre 2001 e 2004. Mesmo afastado da paróquia
Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Dorea defende sua vocação e o direito de
usar a batina. Antes da palestra, o público poderá conferir uma exposição de
cartazes e de reproduções em peças de PVC com o nome de Combate à homofobia –
uma luta universal. As imagens são de campanhas do movimento LGBT mundial e
demonstram o histórico de lutas do grupo.
Através da lei nº 6.430
aprovada pela Câmara dos Vereadores, a prefeitura decretou o dia 28 de junho
como o Dia Municipal de Combate à Homofobia. A data foi escolhida em homenagem à
Revolta de Stonewall, nos Estados Unidos, marco que representa a luta do
movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) no mundo. Em
Joinville, as ações são organizadas pela Fundação Cultural, pela Associação
Arco-Íris e Grupo Vida.
De acordo com Muriel Szym, coordenador de
produções da Associação Joinvilense de Teatro (Ajote), o espetáculo
Borboletas de Sol de Asas Magoadas, de Evelyn Ligocki que abriu
oficialmente a semana de conscientização no domingo, “se encaixou
perfeitamente”, pois, além de seguir o tema da diversidade, encerrou as
apresentações de teatro da mostra Cena 6. Na abertura da semana, o presidente do
Grupo Vida Celso Monfort falou sobre a importância de quebrar os paradigmas e
trabalhar em favor da vida. “Finalmente poderemos abrir as portas e expressar
nossos direitos. Lutamos muito para conseguir esse espaço em Joinville”,
ressaltou. “Esse é o primeiro ano de luta, vamos continuar lutando”, garantiu
Marcelo Mendes, presidente da Associação Arco-Íris. O evento encerra no domingo
(28 de junho) com uma passeata que começa no Centreventos Cau Hansen, passa pela
avenida Beira-Rio e vai até o Mercado Público. De acordo com a programação,
durante a semana ainda haverá mesas redondas, lançamento de livros e exibições
de curtas-metragens no Teatro Juarez Machado.