Encerrou nessa quinta-feira (14), a 12ª Semana da Enfermagem, promovida pelo curso de enfermagem do Bom Jesus/Ielusc. Seguindo o tema “Enfermagem vale a vida”, palestrantes ressaltaram, além da vontade da categoria em diminuir a jornada de trabalho para 30 horas semanais, assuntos como alimentação adequada, segurança no trabalho e saúde mental dos profissionais da saúde.
As nutricionistas Ellen Cristina Dalquano, que também é professora do curso de Nutrição do Bom Jesus/Ielusc, destacou na sua palestra “A influência da (des)nutrição no processo de trabalho do enfermeiro”, a alimentação inadequada entre os trabalhadores da saúde. Comendo mal e trabalhando muito são, segundo Ellen, os maiores responsáveis pelos desgastes físicos da categoria. “Além de longas horas no trabalho, muitos profissionais trabalham em outros locais”. A nutricionista alertou que esse ritmo acelerado dos trabalhadores forçam a substituição de uma boa alimentação para os chamados lanches rápidos. “Quando só nos alimentamos com lanches possibilitamos uma série de consequências desagradáveis como cefaléia, rinite e problemas no estômago”, apontou.
Jadilson Serpa dos Santos, responsável pela segurança do trabalho do Hospital Municipal São José, também chama a atenção para outros fatores ligados ao forte estresse vivenciado pela classe. “Muitas vezes os funcionários sobrecarregados envolvem-se com drogas lícitas e ilícitas para aliviar a tensão provocada pela profissão”. Ele acredita que a principal causa para todos esses problemas é o acúmulo de trabalho. “Além de plantões de 12 horas, muitos colegas trabalham em outros hospitais, pronto-atendimentos e clínicas médicas para complementar os baixos salários”.
Além dos problemas apontados por Ellen e Jadilson, a psicóloga Déborah Henriques Conte Lofredo alertou para o aumento do números de enfermeiros com depressão. “A depressão deve ser encarada como doença e não como um mal humor”. Déborah entende que a jornada dupla de trabalho preocupa o enfermeiro em realizar um ótimo trabalho sem se preocupar com sua vida social. “Quando o profissional chega nesse quadro ele está propício a desenvolver uma depressão, pois começa a ter medo de perder o emprego”, explicou. A psicóloga também disse ser o excesso de responsabilidade uma das principais cousas da doença. “O enfermeiro tem que ser um administrador também. Ele é o responsável por uma esquipe e ainda responde por eventuais erros causados por outros profissionais”.
Expectativas atingidas
No final do evento Beatriz Schumacher, coordenadora do curso de enfermagem do Bom Jesus/Ielusc, chamou ao palco os acadêmicos e professores responsáveis pela organização do evento. “Estou muito feliz e tenho certeza que atingimos nossas expectativas. Temos a necessidade de melhorar a qualidade de vida dos nossos profissionais da saúde para garantir um bom desempenho profissional”.