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Matéria 8344, publicada em 13/05/2009.


:Marcio da Rocha

Gelson defende mais discussão dentro e fora da academia

Cofen pede união entre enfermeiros

Marcio da Rocha


Iniciou na quarta-feira (13), no auditório do Bom Jesus/Ielusc, a 12ª Semana de Enfermagem. Com o tema “Enfermagem vale a vida”, esteve presente Gelson Luiz de Albuquerque, primeiro secretário do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). O evento contou com a presença de aproximadamente 60 acadêmicos do curso de enfermagem do Ielusc, e também professores e integrantes de entidades ligadas a categoria.

Gelson iniciou sua palestra ressaltando a importância da atual chapa administrativa do conselho ter ganho a última eleição. “Conseguimos tirar uma administração que estava há anos na entidade. A antiga administração não estava correspondendo aos anseios da categoria”, apontou. Ele citou a prisão de Gilberto Linhares Teixeira, antigo presidente do Cofen - preso em 2005 acusado de desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos - como um dos indícios que mudaria os rumos da profissão. “Isso envergonhou a classe. Eu ficou muito triste com títulos de matérias que injuriavam a classe como 'A enfermagem criminosa', mas serviu para a mudança das políticas internas do órgão”.

Para melhorar as condições de trabalho na área de enfermagem, Albuquerque entende que primeiramente deve-se diminuir a carga horária. Para ele é humanamente impossível exercer uma função com qualidade fazendo plantões de até 24 horas. “O enfermeiro fica sobrecarregado com essa longas jornadas e isso reflete no seu trabalho”. Uma carga horária de 30 horas semanais seria a solução. O problema no entanto seria convencer os políticos para a aprovação da lei. “Muito políticos são ligados a hospitais privados e não demonstram interesse em modificar a jornada de trabalho. Gelson analisa a situação como má vontade da classe política. “Os médicos já conseguiram uma jornada de 20 horas, por quê a enfermagem ainda não foi beneficiada? Representamos 58,44% dos profissionais da saúde e merecemos respeito”.

Sobre a alegação de que diminuindo a carga horária facilitaria a contratação de mais profissionais, Gelson foi enfático. “A diminuição é para o repouso do profissional e não para justificar a contratação de mais profissionais ou para o enfermeiro trabalhar em dois empregos”. Além disso, o secretário também luta para um salário digno. “Não devemos aceitar a diminuição do salário caso as 30 horas sejam aprovadas, muito pelo contrário, devemos lutar também por salários dignos”.

Outro ponto abordado por Gelson é a questão dos inúmeros órgãos que administram a enfermagem. Criar uma única entidade para cuidar dos interesses da classe seria um grande avanço. “Hoje temos Cofen, Coren (Conselho Regional de Enfermagem), Aben-SC (Associação Brasileira de Enfermagem – seção de Santa Catarina). Deveríamos adotar medidas como em Portugal, que tem apenas uma ordem de enfermeiros que gerencia a profissão”, sugeriu.

Para a realização desses projetos, Gelson pediu união entre os profissionais e mais discussão dentro das universidades. “Não devemos adotar medidas corporativistas como os sindicatos fazem. Devemos ser mais unidos no sentido de discutir melhoras para a classe e questionar a prática da profissão dentro dos hospitais”.

Para quinta-feira (14), estariam programadas palestras sobre saúde mental com a psicóloga Déborah Henriques Conte Lofredo, “Influência da alimentação no processo do trabalho”, com a nutricionista Ellen Cristina Dalquano, e “Promoção da saúde e segurança do profissional da enfermagem”, com o enfermeiro Jadilson Serpa dos Santos. As palestras iniciam às 14 horas.

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