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Matéria 8283, publicada em 04/05/2009.


:Divulgação

Peça "As três irmãs", do grupo Traço e Cia. de Teatro, será apresentado quinta-feira

Festival de Teatro volta após quase seis anos

Bruno Isidoro


Joinville vai respirar teatro entre os dias 5 a 9 de maio. A cidade sedia o 14º Festival Catarinense de Teatro, organizado pela Federação Catarinense de Teatro (Fecate), Fundação Cultural de Joinville (FCJ) e a Associação Joinvilense de Teatro (Ajote). As peças serão realizadas na Cidadela Cultura Antarctica, no teatro Juarez Machado, e nas ruas. Serão 14 grupos apresentando 18 peças teatrais. Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 10,00 (inteira) ou R$ 5,00 (meia) no www.ingressorapido.com.br, no Shopping Müeller, na Choperia Biergarten ou, uma hora antes do espetáculo, nas bilheterias dos teatros. As apresentações nas ruas serão gratuitas.

O último festival ocorreu há quase seis anos, em Criciúma. Segundo Leone Silva, presidente da Fecate, a distância entre o atual evento e o último ocorreu devido à uma mudança na Lei de Incentivo à Cultura. As dificuldades em conseguir recursos com a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, através do Funcultural - fundo de incentivo à cultura - , ocasionaram a demora para o início do festival. “Marquei várias vezes os locais, mas tinha que desmarcar porque não depositavam o dinheiro”, explicou Leone. O orçamento previsto para organização do evento era de R$ 220 mil, porém o estado liberou R$ 160 mil.

A intenção da Fecate é realizar o festival anualmente. “Nesse tempo sem festival, os grupos teatrais criaram muitos trabalhos e pelo número e qualidade dos inscritos já daria para fazer dois eventos agora”, disse Leone. Segundo ele, o festival tem uma grande importância para o teatro catarinense. “As vezes os grupos precisam se apresentar em festivais para alavancar seus espetáculos”, completou.

Um detalhe interessante é que o festival não tem ideia de competitividade. “No começo era, mas com a profissionalização dos grupos e a diferença nos espetáculos, foi decidido não haver a competição”, explicou Leone. Foram chamados dois debatedores especialistas em teatro: Kil Abreu, pós-graduado Artes pela Universidade de São Paulo (USP) e Antônio do Valle, formado em Direção pela mesma universidade. Eles se reunirão com os grupos, organizadores e interessados, para fazer as leituras dos espetáculos. Nessas discussões os participantes poderão debater e adquirir conhecimentos de artes cênicas. Antônio Valle, que já foi debatedor em outro eventro na cidade, elogiou o teatro joinvilense. “As pessoas daqui não tinham ideia do potencial dos trabalhos feitos”, completou. Valle destacou também a união dos grupos no estado, que, segundo ele, não ocorre em grandes cidades de São Paulo.

Para Silvestre Ferreira, presidente da Fundação, a não competitividade só fortalece o teatro catarinense. Em sua visão, dessa forma, os grupos compartilham melhor seus conhecimentos e críticas. “É um espaço de troca. Um intercâmbio”, disse. Segundo Silvestre, Santa Catarina tem fortes grupos teatrais e, em sua opinião, os curadores tiveram dificuldades para a escolha dos que se apresentarão. Silvestre aproveitou o espaço para reclamar da escolha dos cursos da UFSC que virão para Joinville. “Precisamos de cursos superiores no meio cultural”, explicou. Para o presidente da Fundação, o festival será o local para mostrar o interesse do público pelo teatro, que, segundo ele, já é muito forte.

Algumas peças serão apresentadas fora dos palcos, nas ruas. O espetáculo “Tete – a história do cara”, por exemplo, ocorrerá na rua do Príncipe. “Das saborosas aventuras de Dom Quixote de la Macha e seu fiel escudeiro Sancho Pança” iniciará no mesmo local, mas se estenderá até a praça Nereu Ramos. Silvestre explicou que o recurso de ocupar o território urbano é muito utilizado no teatro atual.

Nesse festival, foram inscritos 16 grupos, com 41 trabalhos. Desses, 12 foram escolhidos. De Goiânia e do Rio de Janeiro vieram dois grupos teatrais convidados pela comissão organizadora. A seleção dos participantes catarinenses foi feita pelos curadores Lourival Andrade Júnior, Guigui Fernandes e Afonso Nilson Barbosa de Souza.

Durante o festival, haverá três oficinas gratuitas: Oficina de criação e composição cênica, Oficina corpo e voz em ação e Oficina na trilha da cena. As inscrições podem ser feitas no site da Fecate.

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