Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 8207, publicada em 17/04/2009.


:Marcus Vinícus Carvalheiro

Selbetti Bom Jesus/Ielusc - Unidade Centro

Ielusc pode dispensar serviços da Selbetti

Marcus Vinícius Carvalheiro



O curso de Comunicação Social entregou à direção geral do Bom Jesus/Ielusc, na segunda-feira (6 de abril), um documento contendo relatos de problemas e sugestões sobre a empresa de impressões Selbetti, que atua na Unidade Centro da instituição. O documento foi baseado em uma lista de reclamações sobre o serviço produzida pelos professores e alunos e entregue aos coordenadores dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Segundo o diretor financeiro do Bom Jesus, Günther Hudler, as queixas já foram enviadas aos responsáveis pela empresa. Novos parceiros para o serviço já estão sendo estudados e, caso a qualidade não melhore, pode ocorrer até mesmo a substituição da Selbetti por uma outra empresa fornecedora de cópias.

Os problemas apontados na lista vão desde a tradicional demora no atendimento, trocas de números de index, cópias mal feitas e com textos ilegíveis em corpo 5 até a perda de trabalhos. Isso, segundo o coordenador do curso de Jornalismo, Sílvio Melatti, representa “falta de treinamento” e “inabilidade na manutenção das máquinas”. De acordo com ele, a diretoria já está informada há tempo desses percalços, o que tem sido reforçado por relatos verbais frequentes. "O que fizemos desta vez foi informar por escrito, com depoimentos de alunos e professores. Isso foi no dia seis. Alguns membros receberam a mensagem, outros não", afirmou.

A instalação de impressoras em todos os laboratórios informatizados foi uma das soluções propostas à direção. A possibilidade de imprimir o conteúdo dos documentos produzidos em sala dispensaria filas na Selbetti nos horários de entrega de trabalhos. Os professores controlariam o processo de impressão e, assim, a simples entrega de “trabalhos ordinários”, segundo Melatti, estaria garantida.

Já no curso de Enfermagem, além dos problemas citados, os acadêmicos enfrentam dificuldades principalmente na impressão de trabalhos finais. Segundo a coordenadora Beatriz Schumacher, no final de 2008 diversos trabalhos de conclusão de curso sofreram alterações estruturais e de formatação (como a mudança de fontes).

Atualmente, a Selbetti presta serviços a 84 empresas do Norte catarinense entre indústrias, prefeituras e centros educacionais. O monopólio é evidente em Joinville: só no sistema educacional são 10 instituições que utilizam esses serviços, entre elas o Bom Jesus/Ielusc, o Elias Moreira, o Sebrae, o Senai e a Univille.

Marciana Lopez, responsável pelas unidades da Selbetti que fornecem fotocópias, impressões e encadernações ao Bom Jesus/Ielusc, afirmou que, para evitar problemas, a empresa está assumindo uma postura diferente, utilizando a “manutenção preventiva”. Marciana disse que os funcionários estão recebendo treinamentos e, atualmente, “o padrão está diferente”, pois esses novos métodos melhoraram a qualidade dos serviços prestados. Segundo Marciana, as reclamações se concentram na Unidade Centro, na maioria das vezes feitas pelos acadêmicos. Juliana Back, aluna do curso de Nutrição, garante que as mesmas falhas ocorrem também na Selbetti da unidade Saguaçu: ela comenta que a falta de atenção dos funcionários resulta em demora, até mesmo quando não há muitos clientes no balcão da reprografia.

Os coordenadores dos cursos superiores que funcionam na Unidade do Saguaçu, Irton Eberhardt (Educação Física) e Márcia Schneider (Nutrição e Turismo), afirmam que, além desses problemas, a sede da reprografia está mal localizada, em um espaço pequeno, próximo às salas de aula. Isso causa tumulto no período de aula. Na opinião dos coordenadores, o número de funcionários nessa unidade é insuficiente, além de serem substituídos frequentemente. “Falta um responsável”, afirmou Márcia. Ela lembra que as provas são fotocopiadas, o que faz necessário, além do treinamento, confiança e responsabilidade na empresa de impressões.

O diretor financeiro Günther Hudler revelou que a maior dificuldade para a definição de um novo parceiro é encontrar um fornecedor de cópias com os mesmos equipamentos. Geralmente, as empresas da região não suportam o volume de serviço solicitado pela instituição. Antes, a Xerox do Brasil atendia o Ielusc. Em março de 2003, o alto custo e as reclamações fizeram a instituição firmar contrato com a Selbetti. Günther confirmou a necessidade de um funcionário responsável nas unidades, e não apenas a presença de estagiários.

Os administradores da Selbetti já se comprometeram em corrigir as falhas apontadas e, segundo Günther, não foi necessário estabelecer prazos, pois "ficou subentendido que os atos serão imediatos”. Na visão do diretor, a má conduta da Selbetti não se restringe ao campus luterano e ocorre em outras instituições. Acadêmica de Design de Moda e Produto da Univille, Sabrina Gaertner confirma essa visão: além das cópias serem caras, diz, o “atendimento é ruim e demorado”. Houve casos em que estudantes perderam seus pen drives por descuido ou imperícia dos funcionários da reprografia, comenta a aluna. As reclamações feitas através de uma folha de sugestões disponibilizada pela empresa não surtiu efeito e a solução, afirma a estudante, foi “mudar de gráfica”. Agora, parte dos universitários usufruem dos serviços de uma empresa que está localizada em frente à Univille.

Sandro Agra, gerente de vendas da Selbetti, reconheceu as falhas funcionais e disse que “problemas existem em todos os locais”. Para o gerente, os problemas muitas vezes são resultados de “culturas diferentes”: o que ocorre “não são fatos isolados”, mas é preciso conhecer essas dúvidas no atendimento para melhorar a qualidade e “resolver as falhas”.

De acordo com levantamento do Colegiado do Ielusc, um estudante de Comunicação Social gasta em média R$ 193 por mês com cópias na Selbetti. Esse valor pode ser reduzido em R$ 81 considerando os principais preços da reprografia do Ielusc e da ST Cópias, localizada próxima ao Colégio Elias Moreira. Mas o gasto também pode ser superior se o acadêmico utilizar os serviços de outras gráficas (Cópias Express, Mega Cópias, Shopping das Cópias), próximas ao campus central do Ielusc, conforme a tabela comparativa.

Comentários dos leitores
 

  • 5-/-0/2009 -

    Sandro [39]:

     

    Replica.

     

    Caro estudante Marcos Parabéns pela reportagem que fez sobre o tema, abordando falhas no serviço prestado na reprografia, porém existe alguns comentários que a você estudante de jornalismo poderá em futuro próximo lembrar: Como eu, filho e sobrinho de pessoas que trabalham no meio de comunicação há mais de 40 anos em Joinville, onde vivenciei in loco, os mais renomados nomes da comunicação joinvilense e catarinense, digo o seguinte: Nunca PUBLIQUE algo que não ficou claro, nunca mude a fala do entrevistado, não coloque sua emoção quanto ao tema (tipo narrador de futebol, radiando o jogo de seu time preferido para torcidas adversárias) e por último, agradeço a todos os estudantes e ao corpo docente da instituição que sempre nos auxiliaram com críticas construtivas que nos ajudam a de forma direta e indireta a crescer, pois estamos sempre aprendendo. Grato Sandro Luciano Alberton Agra.

  • 4-/-0/2009 -

    Gisele Krama [Joinville]:

     

     

    Gostei do teu texto, Marcus. Ele tem um bom repertório de bom e está bem detalhado. Só tenho alguns pontinhos para destaca, pois fiquei com dúvida. * Cuide com a repetição de palavras, principalmente no lide. Ex.: "sobre a atuação da empresa de impressões Selbetti, que atua na Unidade Centro". Poderia trocar o atua por "instalada" ou "localizada" na unidade Centro. *Acho a palavra monopólio muito pesada para colocar. Mesmo que você tenha razão ao citar isto, sabemos que essa palavrinha está carregada de significados ideológicos que é melhor não deixar tão explícito assim. Há outras formas de dizer que a empresa controla o mercado, sem dizer exatamente que ela monopoliza. *Tem uma frase que ficou confusa. Não sei exatamente se alguém falou isto ou se você viu o fato. "Houve casos em que estudantes perderam seus pen drives por descuido ou imperícia dos funcionários da reprografia". Precisa dizer de onde você tirou está informação, principalmente porque você a coloca entre a citação de uma estudante. Se foi ela quem disse isto, a informação deve remeter claramente à fonte. *E para finalizar, tenho algumas dúvidas quanto à planilha. Segundo mostram os dados, a única empresa com menor valor do que a Selbetti é a ST Cópias. Mas o que não está claro é se foi cotado o valor como cópia única ou estipulado que isto seria em grande escala. Porque a Selbetti só tem valor "menor" por causa da grande quantidade de alunos que utilizam o serviço. Se ela fosse uma lojinha qualquer e que fizesse cópias avulsas, o valor seria muito maior. Só mais uma coisinha, poderias fazer uma suíte desta matéria falando sobre a composição dos valores das cópias. Afinal, é bom saber o quanto a Selbetti lucra com o serviço. Podes falar sobre os impostos pagos, como eles controlam o número de cópias para fazer o faturamento, o salário pago aos funcionários etc. De resto, Parabéns pela matéria e pela boa cobertura.

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