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Matéria 7925, publicada em 20/02/2009.


Tem ielusquiano no samba

Gleber Pieniz



A retomada dos desfiles de carnaval em Joinville vem sendo reforçada com a paciente - mas gradativa - participação de mais e mais pessoas naquilo que se pode chamar de logística da folia, processo que envolve não só a presença na avenida, mas sobretudo a organização dos blocos, a confecção de fantasias e adereços e a criação de sambas enredo. Nesse último quesito, o espírito criativo de dois estudantes de Publicidade e Propaganda do Bom Jesus/Ielusc tem marcado presença: com letra de Lucas Vieira da Silva e melodia de Rodrigo Mertz da Costa, a União Tricolor deve sambar ao som de “Recordar é viver” pelo segundo ano consecutivo.

Torcedor do Joinville Esporte Clube (JEC) e membro da torcida União Tricolor, Lucas encarou como natural o convite para que compusesse a letra do samba enredo do bloco para o desfile do ano passado. Filho de Mario Lino e Carmendia, dois partideiros de quem herdou o suingue e a batida negra, o garoto que cresceu ouvindo samba enveredou aos 11 anos pelos caminhos do rap e neles se fez artista como MC do grupo V.O. O desafio de compor um samba enredo, dessa forma, foi cumprido graças à musicalidade inata e às pesquisas que fez sobre a história do JEC e da sua torcida.

Rodrigo toca samba desde os 12 anos de idade. Tem ouvido treinado nas canções de Nelson Cavaquinho, Cartola, Nelson Sargento e mãos acostumadas a extrair essas mesmas harmonias do violão de sete cordas. Os ensinamentos dessa escola de bambas foram a base para o trabalho de Rodrigo na criação de um samba enredo que mantém a complexidade dessas harmonias, embora as apresente em outro ritmo, mais familiar à presença da bateria e à vivacidade do asfalto.

É na avenida, aliás, que a União Tricolor deve confirmar a crescente união de esforços que vem caracterizando o retorno do carnaval a Joinville. Prova disso é o ecletismo do bloco: ao abrir o desfile no sábado (21), às 20h, o samba enredo “Recordar é viver” terá como puxadores os irmãos rappers Lucas e Tirrã, o violonista Rodrigo (que das sete cordas salta para as quatro do cavaco) e o barítono joinvilense Douglas Hahn, cantor lírico, prêmio Aldo Baldin 2008 por sua interpretação de Belcore na ópera “Elixir do amor”, de Donizetti.

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