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Matéria 7924, publicada em 20/02/2009.


Jovens consideram carnaval sexualmente apelativo

Carolinne Sagaz


“O Brasil é um país que já nasceu com a bunda de fora”, disse Felipe Xavier de Oliveira, 22 anos, assistente técnico em atividades educacionais do Ceja (Centro de Educação de Jovens e Adultos) de Videira. Para ele, o carnaval inferioriza a mulher e contribui com o apelo sexual infantil. Clarissa Grahl dos Santos, 19 anos, estudante, acredita que a festa deveria ter um caráter cultural, que se perdeu à medida que a publicidade incentivou a imagem de que foliões são promíscuos. “Em muitas festas de carnaval é isso mesmo que acontece: todo mundo acha que se você está ali, é porque podem 'pegar' à vontade”.

Clarissa acha que o incentivo publicitário para o uso da camisinha, que este ano tem o tema “Protegidos da Folia – Entre para o nosso bloco – Use camisinha”, fortalece o apelo sexual que o feriado ganhou. “Não que a campanha seja ruim, acho até que é necessário, mas acaba servindo também para ressaltar que no carnaval, é para 'pegar geral'”, falou a estudante. Sobre o assunto, Felipe declarou: “Esse ano temos uma nova campanha que vai distribuir uma especie de gel, próprio para a prática do sexo anal. Ou seja, mais uns anos e já estarão distribuindo certidões de nascimento para os filhos da promiscuidade que nascem nove meses após o carnaval”. Em 2009, Joinville receberá 15 mil dos seis milhões de preservativos distribuídos em Santa Catarina. Além disso, 200 mil leques com informações sobre o contágio da aids serão disponibilizados nas maiores festas do estado.

Em vez de seguirem as programações carnavalescas, o assistente técnico e a estudante irão passar o feriado na companhia de amigos. O principal motivo é a música que, para eles, reforça ainda mais a inferiorização feminina: “Com certeza os bons tempos do carnaval e do samba ficaram enterrados há muitas décadas”, lamentou Felipe.

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