A combinação de dois fenômenos meteorológicos causou o longo período de chuvas em Santa Catarina: a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e um anticiclone. Além disso, a geografia do norte catarinense faz com que a nebulosidade formada não avance para outras regiões do estado. “A serra atua como uma barreira que impede a dissipação das nuvens”, diz Alessandro Barbosa, geógrafo e coordenador da Estação Meteorológica da Univille. Alessandro acredita que ainda não é possível dizer se os fenômenos combinados são resultado do aquecimento global.
A ZCAS e a formação de anticiclones são estudados há cerca de 50 anos. Nesse período, eles haviam sido registrados isoladamente e a combinação foi o principal fator que ocasionou chuvas excessivas. Do início do mês de novembro até o dia 28, havia chovido 925 mm na região de Joinville, o que equivale a 1.175.000.000 de litros de água. Normalmente, a precipitação nessa época do ano é de 250 mm. Segundo Alessandro, os fenômenos tendem a se dissipar com a chegada do verão, a partir da segunda quinzena de dezembro. Porém, o regime pluvial do norte catarinense só voltará ao normal na metade de janeiro de 2009.
A formação de um anticiclone se caracteriza como uma zona de alta pressão do oceano. Como ele gira no sentido anti-horário, os ventos sopram de leste para oeste, trazendo a umidade marítima para o continente. Já a Zona de Convergência do Atlântico Sul é uma área de nuvens que se estende desde a Amazônia até as regiões sudeste e centro-oeste, podendo ocasionar chuvas também nos estados do sul.